
4ª Jornada
Sábado:
Newcastle 0-1
Arsenal (Coloccini
52’ ag)
Aston Villa 2-2
Sunderland (Scott
Sinclair 11’ pen e 41’ | M’Vila 8’ e
Lens 52’)
Bournemouth 1-1
Leicester City (Callum
Wilson 24’ | Vardy 86’ pen)
Chelsea 1-2 Crystal
Palace (Falcao 79’
| Sako 65’ e Joel Ward 81’)
Liverpool 0-3 West
Ham (Lanzini 3’, Mark
Noble 29’ e Diafra Sakho 90’+2)
Manchester City 2-0
Watford (Sterling
47’ e Fernandinho 56’)
Stoke City 0-1 WBA (Rondón 45’+3)
Tottenham 0-0
Everton
Domingo:
Southampton – Norwich
City (13h30)
Swansea – Manchester
United (16h00)
Jogo de paciência dos Gunners, em St. James’ Park. O controlo e superioridade da equipa
de Wenger – venceu 10 dos 11 jogos frente a McClaren –, nunca esteve em causa,
e foi demais evidente a partir dos 16’, quando Mitrović recebeu ordem de expulsão
– o sérvio está a ter uma experiência horrível na Premier League, onde é maior
figura da liga, pela negativa, claro, no capítulo disciplinar (2 amarelos e 1
vermelho em 4 jogos). O Newcastle viu-se forçado a apostar num bloco altamente
recuado e raramente conseguiu ‘respirar’ (ter bola), como comprovam os 74% de
posse de bola do Arsenal. Apenas 1 (!) remate por parte dos Magpies, e para fora. Krul foi dos
únicos destaques positivos nos anfitriões, que demonstraram enorme garra e
espírito de entreajuda, mas insuficiente para pontuarem. Apesar da vitória, justíssima, nem tudo está bem nos Gunners. O capítulo ofensivo, outrora o
mais forte da equipa, está algo doente: apenas 4,4% dos remates (45), nestas 4
jornadas, deram golo; 2 dos 3 golos dos Gunners,
foram autogolos. Vitória importantíssima do Arsenal, para não deixar, ainda
mais, o Manchester City fugir, mas não deixa de ser algo anormal que os Gunners, já tenham feito check em duas canchas (Selhurst Park e St. James’ Park) complicadíssimas – estão a
fazer o seu papel, de claro candidato ao título –, mas permanecem alérgicos ao
golo e, essencialmente às vitórias, em pleno Emirates. Facto histórico: desde Dezembro de 2005 que o Arsenal não
perde, para a Premier League, em St. James’ Park.
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No Villa Park,
desilusão para os Villans. O
Sunderland é, actualmente, a pior equipa da Premier League. Não é que tenha o
pior plantel, porque não o tem. O problema dos Black Cats é outro: enorme pressão na equipa por parte dos adeptos;
futebol paupérrimo; efeito ‘Advocaat’ a extinguir-se; o efeito (negativo)
psicológico de estarem na red zone e
não terem conseguido ainda vencer qualquer partida. Como tal, este empate sabe a derrota para os Villans, que só se podem queixar de si próprios por deixarem em
casa somente um pontinho. A equipa de Tim Sherwood foi superior, dominou, mas
esteve aquém das expectativas no capítulo da finalização. Já o Sunderland, foi
o ‘Sunderland’ de Advocaat, isto é, ‘mais vale um pássaro na mão do que dois a
voar’. O empate cobre, plenamente de satisfação, Advocaat, mas esta ambição
do Sunderland terá que aumentar, consideravelmente, se quiserem evitar a selva do
Championship. Destacar a não aposta em Jordan Ayew e Veretout, quiçá os dois
reforços mais sonantes do Aston Villa esta época, e a exibição de Amavi –
jogador com mais dribles (27) da Premier League –, marcada, mais uma vez, por altos
e baixos: ofensivamente, oferece qualidade com os seus raides e cruzamentos e
desequilibra, mas no prisma defensivo, continua a pecar de forma infantil,
ficando ligado a mais um golo sofrido por parte dos Villans. Facto curioso: apenas 1 (!) clean sheet do Aston Villa nos últimos 11 jogos no Villa Park, para
a Premier League.
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Mais uma dura lição para o Bournemouth. Mas nem tudo foi
mau para os Cherries, que conseguiram
pontuar – qualquer ponto é vital para a fuga à selva.
Uma entrada imprudente e desnecessária de Steve Cook, perante Vardy, originou uma
grande penalidade para o Leicester City, com o mesmo Vardy a não desperdiçar.
Era o empate dos Foxes, aos 86’,
anestesiando um Dean Court a abarrotar pelas costuras, e que ficou on fire quando, Callum Wilson – início de
sonho na Premier League, à atenção de Roy Hodgson –, de pontapé de bicicleta
(!), colocou os Cherries em vantagem,
aos 24’. Apesar do jogo complicado para Ranieri
– o Leicester City foi dominado e raramente incomodou Boruc –, a verdade é que
o técnico italiano continua imbatível neste início de época, com 8 pontos
conquistados em 12 possíveis. Notável. Eddie Howe, que testemunhou um
primeiro tempo de qualidade da sua equipa, sentiu-se impotente perante as
adversidades que enfrentou – 3 jogadores lesionados, esgotando as substituições
aos 67’ –, com os Cherries a não
conseguirem manter o pedigree habitual.
Destacar Mahrez, o jogador mais ‘possuído’ deste início de época, com uma
exibição apagadíssima – sem surpresa, saiu ao intervalo. No cômputo geral, fica a ideia que, a haver um vencedor, teria sempre
que ser o Bournemouth. Facto histórico: são agora 5, os jogos fora de casa,
consecutivos, para a liga, do Leicester City em modo imbatível – recorde do
clube na Premier League.
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Chocante início de
época do Chelsea, actual detentor do título. No seu jogo número 100 em Stamford
Bridge, ao leme dos Blues para a liga,
José Mourinho sofreu a segunda derrota (77 vitórias e 21 empates) à frente do
clube. E logo num derby de Londres,
perante um Crystal Palace que é, de momento, e a par do Arsenal, a equipa que,
em 2015, mais pontos (25) conquistou fora de casa, para a Premier League. Os índices defensivos do Chelsea são
alarmantes – 9 golos sofridos em 4 jogos; pior somente em 1971/1972. Uma defesa
que parece gelatina, tremendo de forma constante e com Ivanović – 49,6% dos ataques dos Eagles foram pelo seu flanco – a anos-luz do nível do passado –
Bolasie fez o que quis com o sérvio, em apenas meia hora. O Chelsea controlou
territorialmente e até dispôs de boas oportunidades, mas os contra-ataques dos Eagles e a coesão defensiva – Delaney &
Dann em grande nível – incutida por Pardew, foi notável. Sako
não se está a revelar uma boa contratação, mas sim um estrondoso reforço do
Crystal Palace – alguém terá que sair, seja Zaha ou Puncheon, partindo do
princípio que Bolasie mantém-se em Selhurst Park. Hazard, incrivelmente, permanece
apático neste início de época. Pedrito juntou mais uma assistência, e Falcao
estreou-se a marcar pelos Blues, num
cabeceamento à matador – depois de
Yepes, torna-se no segundo colombiano a marcar por 4 clubes diferentes das
Big-5. Realçar a aposta de Mourinho em Kenedy, aos 68’, que jogou como lateral
esquerdo, tendo mesmo agitado com o juego
de bandas dos Blues. Não há como não pegar na ‘maldição da letra
P’: Pulis (2), Poyet, Pardew (2), Pochettino e Pellegrini, os técnicos
responsáveis pelas últimas 7 derrotas de Mourinho na Premier League. Facto
curioso: Chelsea terminou 2014/2015 com 8 pontos de vantagem sobre o Manchester
City, em 38 jogos; agora em 4 jogos, já está a 8 pontos dos Citizens. Facto histórico: só o Blackburn Rovers, em 1995, teve um
pior início de época (3 pontos) que o Chelsea, em termos de defesa do título.
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Se Stamford Bridge esteve em choque, já Anfield Road
assistiu ao caos – maior derrota dos Reds
em casa, para a Premier League, igualando o resultado (4-1) frente ao Chelsea,
em 2005. Goleada
dos Hammers, numa cancha onde não venciam, para a liga,
desde 1963. Exibição horrível do Liverpool – Lovren foi o expoente máximo
deste descalabro –, que viu ainda Coutinho ser expulso, aos 52’. A defesa dos Reds, que estava ainda em branco, e
elogiada nas três primeiras jornadas, foi uma completa sombra disso mesmo. Um
desastre autêntico. Os contra-ataques do West Ham fizeram mossa, e de que
maneira. Realçar Cresswell, que está a começar a atingir outros níveis – merece
outros voos – e Lanzini, o poço de criatividade dos Hammers. E criatividade foi um dos ingredientes que faltou, em
demasia, ao Liverpool. Brendan Rodgers
tem que repensar, seriamente, o pedigree
da sua equipa: faz sentido moldar Benteke ao estilo de jogo do Liverpool quando
se gastou mais de 40M € no belga? Ou não será preferível colocar o Liverpool a
jogar de acordo com o estilo de Benteke? Slaven Bilić está a ser um caso especial. O croata, com exibições
portentosas ao nível da concentração, coesão defensiva e contra-ataque letal no
Emirates e Anfield Road, está a pecar, estranhamente, em Upton Park, onde tem
sido engolido pelos seus adversários. Facto curioso: o
golo de Lanzini, aos 2 minutos e 28 segundos, foi o mais rápido da temporada na
Premier League, até ao momento.
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Histórico. O Manchester City tornou-se no primeiro
clube, em 128 (!) anos do máximo escalão inglês, com o melhor início de
campeonato: 4 vitórias em 4 jogos e score
de 10-0 em golos. Monstruoso. Ultrapassaram os
recordes de Aston Villa (1900, com score
de 8-0) e Chelsea (2005, 8-0). Sterling estreou-se a marcar pelos Citizens, e Fernandinho voltou, não só a
marcar, como a estar a bom nível no miolo. Chegou ao fim a invencibilidade do
Watford, que mantinha, até então, um registo 100% ‘empata’. Apesar da boa organização defensiva dos Hornets no primeiro tempo – autocarro estacionado
–, este não pode ser o caminho de Quique Flores. Percebe-se a postura altamente
conservadora e defensiva numa cancha
como a do Etihad, mas esta ‘mania’ do técnico espanhol, em jogar para o
pontinho, tem sido constante neste início de época, e não é assim que o Watford
conseguirá fugir à selva do Championship. Só para se ter melhor noção, Deeney,
a referência ofensiva da equipa, foi praticamente um médio. Ignorar
completamente a vertente ofensiva, seja no Etihad ou no Stadium of Light, é um
erro crasso – segundo jogo consecutivo dos Hornets sem um único (!) remate à baliza. O Manchester City está a
passear, autenticamente, na Premier League, e atenção, a máquina ainda está
longe de estar oleada – de Bruyne será mais um boost fantástico. Facto curioso: os Citizens estão imbatíveis nos últimos 25 jogos no seu terreno, para
a liga, perante equipas recém-promovidas. Facto histórico: são agora 10, as
vitórias consecutivas do Manchester City na Premier League, quebrando um recorde
de 103 anos na história do clube.
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O que se passa
Mark Hughes? Depois da histórica temporada passada, em que os Potters registaram mesmo a sua melhor
pontuação de sempre no máximo escalão inglês, este início de época está-se a
revelar desolador. Continuam à procura
da primeira vitória, e o Britannia, outrora uma real fortaleza, quer em termos
de pontos quer em termos de clean sheets,
está-se a tornar uma cancha soft para
os adversários. Mas, este jogo teve uma dupla contrariedade – com tremendo
impacto – para Mark Hughes, que logo aos 31’ já estava reduzido a 9 (!)
unidades, por expulsões, directas, de Afellay (25’) e Charlie Adam (31’) –
a expulsão do holandês é exagerada, mas o escocês é bem expulso. A partir desse
momento, Pulis – enorme ovação por parte dos Potters, neste seu regresso ao Britannia – não resistiu em trocar o
4-5-1 pelo 4-4-2, e Lambert, o seu joker
– entrou aos 35’ –, cruzou sobejamente para Rondón – estreia a marcar em terras
de Sua Majestade –, que com um cabeceamento de enorme classe, fez o único golo
da partida, mesmo nos últimos suspiros do primeiro tempo. Mesmo com 9 unidades, o Stoke City deu boa réplica, mas obviamente a
tarefa era hercúlea. Para a história, e mesmo sem brio, fica a primeira vitória
dos Baggies esta época. Factos
curiosos: a última equipa a estar reduzida a 9 unidades, antes do intervalo,
para a Premier League, foi também o Stoke City (Dezembro de 2013, frente ao
Newcastle); apesar das expulsões, o Stoke City é a equipa que menos faltas (29)
comete na Premier League.
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O Tottenham
continua à procura da sua primeira vitória – só em 2008/2009, com Juande Ramos
no comando técnico, tal se verificou à 4ª jornada. E Kane, apesar das soberanas
oportunidades de que dispôs, ainda está em branco na liga – apenas 2 golos nas
últimas 12 aparições para a Premier League. Mas o bomber dos Spurs esteve
activo, em demasia até – tocou mais vezes na bola do que por exemplo o combinado
do trio Lukaku-Koné-Barkley. Falta é o devido apoio ofensivo – Son Heung-min
vai ser importante e é expectável que chegue aos Spurs outro avançado de craveira internacional. Apesar da ausência de Eriksen, e da aposta
num miolo composto por Dier-Bentaleb-Mason – parco em criatividade e mais
conservador –, a verdade é que o Tottenham realizou uma agradável exibição,
quiçá a melhor da época, mas esbarrou sempre numa coesa linha defensiva dos Toffees, que contaram também com um Tim
Howard em dia ‘sim’. Um resultado simpático para o Everton, que voltou a
contar com o losango McCarthy-Barry-Cleverley-Barkley no miolo, e Koné no apoio
a Lukaku, mas a performance, essa, ficou algo aquém das expectativas. Facto curioso:
foi apenas a 2ª clean sheet do
Tottenham, em 2015, na Premier League. Facto histórico: só o Villa Park (52) e
Anfield Road (41), registam mais nulos do que White Hart Lane (38) na Era
Premier League.
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