Tigers atropelam candidato ao título e enviam aviso à navegação. Equipa de Steve Bruce é cada vez mais a grande força deste Championship; Série imbatível de Carvalhal tem final surpreendente e pesado; Bem-Vindo de volta, Daryl Murphy!; Birmingham goleia e coloca um ponto final em Craven Cottage; Padrinho de casamento de Klopp assiste a atropelo da sua nova equipa em derby caótico; Semana negra para vários treinadores no Championship; Bolton a caminho da falência?
16ª JORNADA
Huddersfield 0-3 Leeds
Blackburn 1-1 Brentford
Bolton 0-0 Bristol City
Brighton 2-1 MK Dons
Cardiff 2-0 Reading
Charlton 3-1 Sheffield Wednesday
Fulham 2-5 Birmingham
Hull 3-0 Middlesbrough
QPR 0-0 Preston
Rotherham 2-5 Ipswich
Wolves 0-0 Burnley
Não serão muitas as equipas que este ano vencerão o Middlesbrough e, muito menos, as que o farão com tamanho conforto. Que reduzam um dos grandes candidatos ao título a uma exibição de pura mediocridade. O Hull City fê-lo. Com um dos melhores ataques e a melhor defesa da prova, os Tigers são cada vez mais o grande favorito ao título. Depois de dois anos a lutar para não descer e a preocupar-se mais em defender que atacar, é com felicidade que os adeptos dos Tigers vão recebendo 2015/16. Para variar, este Hull City, joga agora para vencer. E que bem o fazem. Há 10 jogos que o Hull City não perde e, há cinco, que não sofre golos. Apesar de entretida, a primeira parte só teve golos perto do intervalo quando, aos 44’, Diamé colocou os Tigers na frente. O Boro só por uma vez fez McGregor trabalhar e viu, aos 67’, Sam Clucas, aumentar a vantagem. O 3-0 surgiu já nos últimos dez minutos quando Huddlestone, aos 83’, estoirou a vinte metros da baliza para selar a quase goleada. Hull là là!
Depois de três empates consecutivos, o Albion regressou às vitórias e mantém-se na liderança, agora bipartida, com o Hull City. Uma vitória que permitiu aos Seagulls estabelecer um novo recorde pessoal ao alcançar uma série de 17 jogos sem perder na Liga. O Brighton entrou da melhor maneira e, logo aos 5’, Solly March, a mais de vinte metros da baliza, fez o 1-0. Ainda antes dos vinte minutos, aos 19’, Jamie Murphy fez o 2-0. Uma vantagem de dois golos que acabou por durar pouco já que aos 23’, Nicky Maynard, fez o seu primeiro golo em meses (não marcava desde Agosto de 2014) e reduziu distâncias. Já na segunda parte o MK Dons viu negada uma soberana oportunidade para empatar a partida quando Carruthers é atropelado dentro da área, sem que o árbitro da partida tivesse assinalado qualquer falta. Seria um empate algo fortuito, ainda assim, dado o desperdício de Tomer Hemed, até então, que facilmente poderia ter colocado o Albion com outra vantagem na partida. O israelita chegou mesmo a atirar ao poste. A pressão dos Seagulls durou até ao final da partida e apesar da vitória curta, remeteram o Dons à sua 10ª derrota em 13 jogos.
Quem perdeu um lugar junto dos primeiros foi o Burnley. Os Clarets não foram além de um empate a zero no Molineux perante o Wolverhampton Wanderers, uma visita que não acontecia desde 1976. Apesar do nulo não faltaram oportunidades de golo (apesar de dispersas numa partida pouco fluida), com Emi Martínez em destaque a negar Andre Gray por duas vezes. Também Tom Heaton ajudou a manter o nulo no marcador evitando golos quase certos a Afobe e a James Henry. O Wolves mantém a má forma e volta a não vencer, algo que aconteceu apenas por uma vez nos últimos seis jogos. Uma má forma que não belisca a reputação de Kenny Jackett que é pretendido em Londres, apesar de reiterar o seu compromisso com o Wolves.
David Wagner já está em Huddersfield e viu das bancadas a sua nova equipa ser atropelada pelo Leeds em pleno John Smith’s. Os Terriers são o novo clube inglês a querer enveredar por um caminho mais ligado à formação e ao desenvolvimento dos seus próprios jogadores, e é no antigo homem forte da formação do Borussia Dortmund que depositam as suas esperanças (apesar do novo paradigma, o seu timing e a dispensa de Chris Powell parece bastante injusta). Wagner, padrinho de casamento de Klopp, terá mesmo rejeitado uma proposta do amigo para ingressar na sua equipa técnica em Liverpool para que pudesse assumir a posição de treinador principal em Huddersfield. Os Terriers podem ter sido atropelados mas não faltaram condicionantes. Quando Antenucci, aos 45+6, coloca o Leeds na frente após brilhante jogada colectiva do United, já muito havia acontecido. Desde logo uma lesão grave de Liam Cooper que obrigou a uma paragem de quase dez minutos na partida. Contudo, é sobre Scott Wooton que a polémica recai. O homem do Leeds podia (devia) já nem estar na partida, ficando o United com 10 durante grande parte do jogo, quando o Leeds chega à vantagem. Foi um período de compensação terrível para os Terriers que viram, dois minutos depois, Chris Wood, fazer o 0-2 (cinco golo em cinco jogos contra os Terriers). Um período de compensação que compensava 45 minutos perfeitamente esquecíveis. O terceiro golo surgiu já na segunda parte, aos 54’, pelo homem dos golaços. Alex Mowatt não desiludiu e de fora da área, a mais de trinta metros, colocou a bola na gaveta para o golo da jornada. Depois da primeira vitória em décadas perante o Cardiff City, o Leeds conquista a segunda vitória consecutiva algo que não acontecia desde Março. Foi, também, o quarto derby consecutivo vencido pelo United. Festejaram os adeptos do Leeds que, da bancada, cantavam “three-nil in your cup final”.
A jornada que viu o Forest bater o rival Derby teve um regresso há muito aguardado. Finalmente. Bem-vindo de volta, Daryl Murphy! Depois dos incríveis 27 golos da temporada anterior que o estabeleceram como o melhor marcador da prova, Murphy ainda não se tinha encontrado com os golos esta época. Foram quase 900 minutos sem golos que terminaram da melhor maneira. Curiosamente, o Ipswich tem estado longe dos resultados previstos, mas nos dois jogos que Murphy foi decisivo, os Tractor Boys venceram. Durante a semana com uma assistência e, este fim semana, com um hat-trick. Murphy, tal como Pitman e Douglas, capitalizou de tremendos erros defensivos dos Millers que, por sua parte, aproveitaram um ligeiro adormecimento do Ipswich Town entre os 56’ e os 59’ (e que golo marcou Derbyshire!) para reduzir distâncias e aliviar a goleada.
E se um 2-5 é fantástico, dois 2-5 na mesma jornada é quase irrepetível. A humilhação caseira do Fulham perante o Birmingham City marcou o ponto final para Kit Symons à frente dos Cottagers. Como vem sendo hábito por estes dias em Inglaterra, Nigel Pearson surge como o mais forte candidato ao lugar (tal como Paul Lambert). Numa semana negra para os treinadores do Championship, é com alguma naturalidade que a demissão de Symons surge no horizonte (ao contrário da saída de Chris Powell de Huddersfield e ao mesmo nível da demissão de Chris Ramsey em Loftus Road). O antigo treinador das camadas jovens de Craven Cottage ainda não tinha convencido e apesar de algumas boas ideias (Moussa Dembélé, por exemplo, explodiu com Symons e o Fulham mexeu-se muito bem no mercado), não parecia ser o homem certo para levar o Fulham de volta à Premier League. O Fulham que apanhou um Birmingham City ferido e sofreu com isso. Os Blues não marcavam há três jogos e vingaram-se em Craven Cottage. Ao intervalo já Gleeson, Caddis e Toral colocavam a equipa de Birmingham na frente. Com golos de Kacaniklic (impressionante o quão pouco tempo joga) e McCormack, já na segunda parte, o Fulham encostou, mas a nova coqueluche de St. Andrew’s, Solomon-Otabor, fechou a contagem e consumou a goleada já em período de compensação.
Não foi goleada mas foi surpreendentemente estrondoso. Caiu, com estrondo, no The Valley, o Wednesday de Carvalhal. Os Addicks não faziam três golos num jogo desde Março e há 13 jogos que não venciam. Karel Fraeye consumou um pequeno milagre que poderá ajudá-lo a garantir o lugar de treinador deste Charlton Athletic de forma definitiva. Johnnie Jackson, aos 26’, colocou os Addicks na frente e, este, era o primeiro golo dos londrinos em cinco jogos. Em cima do apito para intervalo, Makienok, fez o 2-0 e Ghoochannejhad, pouco depois do recomeço da partida, aumentou a vantagem. O melhor que o Wednesday conseguiu fazer foi mesmo reduzir por Forestieri, aos 73’, mas a série imbatível de onze jogos de Carvalhal iria mesmo ter um final inesperado.
Ramsey saiu, Neil Warnock aqueceu o banco, mas o QPR não melhorou. Warnock confirma que não quer o lugar (que este é um jogo para rapazes novos) e o clube de Loftus Road continua à procura de um novo treinador. Mais uma vez, Nigel Pearson, é o favorito. Os R’s não foram além do nulo perante o North End que aumentou assim a sua incrível série de jogos sem sofrer golos que ascende já a seis partidas. Numa semana de má memória para os comités de igualdade étnica no futebol, Ramsey e Powell, dois dos poucos treinadores negros do futebol em Inglaterra, ficaram desempregados. Contudo, mais do que um problema étnico e racial como, por vezes, tentam fazer crer ser razão exclusiva para os despedimentos (e não duvidamos que exista alguma falta de igualdade), as demissões de Powell e Ramsey devem-se mais a questões de resultados. Powell por não ter conseguido levar o Huddersfield para outro patamar (ainda que não esteja solteiro na culpa) e, Ramsey, por manifesta falta de qualidade no futebol apresentado pelo QPR. A pressão sobre Ramsey já vinha da temporada anterior e com o QPR a parecer incapaz de encetar uma séria luta pela promoção a sua saída é inevitável (tal como Symons).
Também do nulo não passaram Bolton e Bristol City. Os Trotters continuam sem vencer e até desperdiçaram uma grande penalidade quando Shola Ameobi permitiu a defesa a Frank Fielding. Ameobi esteve em tarde não tendo ainda desperdiçado mais uma grande oportunidade para recolocar o Bolton no caminho das vitórias. Estes são tempos complicados para os Trotters que, esta semana, se viram envolvidos em rumores de que o clube estaria próximo da falência e preparado para despedir vários funcionários. A entrada dos Trotters num processo de falência levaria o clube de Bolton a uma dedução pontual que, face aos resultados desportivos, seria uma certidão de óbito ao futuro dos Trotters como clube de Championship. No que se meteu Neil Lennon.
Também empatados ficaram Blackburn e Brentford ainda que Rovers e Bees tenham conseguido oferecer aos seus adeptos algo para festejar. Lasse Vibe colocou os londrinos na frente aos 24’, mas um cruzamento remate fortuito de Tom Lawrence, aos 37’, re-empatou a partida. Button e Steele acabaram mesmo por ser os heróis da partida ao manter o empate a um no marcador com várias defesas decisivas.
Quase tão surpreendente quanto a queda do Wednesday em Londres foi a queda do Reading em Cardiff. Os galeses, que já só conseguem colocar 15 mil nas bancadas (incrível a queda nas assistências desde a queda para o Championship e, especialmente, desde o apontamento de Slade como treinador dos Bluebirds), tiveram num inultrapassável David Marshall a chave da vitória. Kenwyne Jones e Matthew Connolly fizeram os golos do Cardiff City (numa péssima tarde de Michael Hector), mas foi o guardião escocês que levou o prémio de homem do jogo para casa. Uma exibição do melhor que terá feito na carreira e ao nível daquilo que se lhe conhece e que levou muitos a considera-lo o melhor da Premier League em 2013/14. A este nível não há muitos guarda-redes em todo o país que o superem e o mais provável é o Cardiff City ficar sem Marshall em Janeiro (o que dada a forma recente do escocês será problemático para os galeses). Mais do que em função de um goleador (e os galeses nem marcavam há três jogos), é na baliza que o Cardiff City ganha mais pontos.
PD +
Leeds em bom momento. Steve Evans já faz a diferença; Birmingham coloca ponto final na seca de golos com goleada; Daryl Murphy faz os primeiros golos da época e logo com um hat-trick; Charlton regressa às vitórias para colocar um ponto final na invencibilidade de Carlos Carvalhal; Hull City segue imparável; North End continua sem sofrer golos e já vai em seis clean-sheets consecutivas. Um recorde do clube.
PD –
Fim da série de onze jogos sem perder para Carlos Carvalhal; Semana negra para Chris Powell, Chris Ramsey e Kit Symons a verem os seus reinados chegar ao fim; Sinais muito negros em Bolton e no futuro dos Trotters como clube.
GOLO DA JORNADA: Alex Mowatt (Leeds)
Não serão muitas as equipas que este ano vencerão o Middlesbrough e, muito menos, as que o farão com tamanho conforto. Que reduzam um dos grandes candidatos ao título a uma exibição de pura mediocridade. O Hull City fê-lo. Com um dos melhores ataques e a melhor defesa da prova, os Tigers são cada vez mais o grande favorito ao título. Depois de dois anos a lutar para não descer e a preocupar-se mais em defender que atacar, é com felicidade que os adeptos dos Tigers vão recebendo 2015/16. Para variar, este Hull City, joga agora para vencer. E que bem o fazem. Há 10 jogos que o Hull City não perde e, há cinco, que não sofre golos. Apesar de entretida, a primeira parte só teve golos perto do intervalo quando, aos 44’, Diamé colocou os Tigers na frente. O Boro só por uma vez fez McGregor trabalhar e viu, aos 67’, Sam Clucas, aumentar a vantagem. O 3-0 surgiu já nos últimos dez minutos quando Huddlestone, aos 83’, estoirou a vinte metros da baliza para selar a quase goleada. Hull là là!
The Northern Echo |
Depois de três empates consecutivos, o Albion regressou às vitórias e mantém-se na liderança, agora bipartida, com o Hull City. Uma vitória que permitiu aos Seagulls estabelecer um novo recorde pessoal ao alcançar uma série de 17 jogos sem perder na Liga. O Brighton entrou da melhor maneira e, logo aos 5’, Solly March, a mais de vinte metros da baliza, fez o 1-0. Ainda antes dos vinte minutos, aos 19’, Jamie Murphy fez o 2-0. Uma vantagem de dois golos que acabou por durar pouco já que aos 23’, Nicky Maynard, fez o seu primeiro golo em meses (não marcava desde Agosto de 2014) e reduziu distâncias. Já na segunda parte o MK Dons viu negada uma soberana oportunidade para empatar a partida quando Carruthers é atropelado dentro da área, sem que o árbitro da partida tivesse assinalado qualquer falta. Seria um empate algo fortuito, ainda assim, dado o desperdício de Tomer Hemed, até então, que facilmente poderia ter colocado o Albion com outra vantagem na partida. O israelita chegou mesmo a atirar ao poste. A pressão dos Seagulls durou até ao final da partida e apesar da vitória curta, remeteram o Dons à sua 10ª derrota em 13 jogos.
Quem perdeu um lugar junto dos primeiros foi o Burnley. Os Clarets não foram além de um empate a zero no Molineux perante o Wolverhampton Wanderers, uma visita que não acontecia desde 1976. Apesar do nulo não faltaram oportunidades de golo (apesar de dispersas numa partida pouco fluida), com Emi Martínez em destaque a negar Andre Gray por duas vezes. Também Tom Heaton ajudou a manter o nulo no marcador evitando golos quase certos a Afobe e a James Henry. O Wolves mantém a má forma e volta a não vencer, algo que aconteceu apenas por uma vez nos últimos seis jogos. Uma má forma que não belisca a reputação de Kenny Jackett que é pretendido em Londres, apesar de reiterar o seu compromisso com o Wolves.
David Wagner já está em Huddersfield e viu das bancadas a sua nova equipa ser atropelada pelo Leeds em pleno John Smith’s. Os Terriers são o novo clube inglês a querer enveredar por um caminho mais ligado à formação e ao desenvolvimento dos seus próprios jogadores, e é no antigo homem forte da formação do Borussia Dortmund que depositam as suas esperanças (apesar do novo paradigma, o seu timing e a dispensa de Chris Powell parece bastante injusta). Wagner, padrinho de casamento de Klopp, terá mesmo rejeitado uma proposta do amigo para ingressar na sua equipa técnica em Liverpool para que pudesse assumir a posição de treinador principal em Huddersfield. Os Terriers podem ter sido atropelados mas não faltaram condicionantes. Quando Antenucci, aos 45+6, coloca o Leeds na frente após brilhante jogada colectiva do United, já muito havia acontecido. Desde logo uma lesão grave de Liam Cooper que obrigou a uma paragem de quase dez minutos na partida. Contudo, é sobre Scott Wooton que a polémica recai. O homem do Leeds podia (devia) já nem estar na partida, ficando o United com 10 durante grande parte do jogo, quando o Leeds chega à vantagem. Foi um período de compensação terrível para os Terriers que viram, dois minutos depois, Chris Wood, fazer o 0-2 (cinco golo em cinco jogos contra os Terriers). Um período de compensação que compensava 45 minutos perfeitamente esquecíveis. O terceiro golo surgiu já na segunda parte, aos 54’, pelo homem dos golaços. Alex Mowatt não desiludiu e de fora da área, a mais de trinta metros, colocou a bola na gaveta para o golo da jornada. Depois da primeira vitória em décadas perante o Cardiff City, o Leeds conquista a segunda vitória consecutiva algo que não acontecia desde Março. Foi, também, o quarto derby consecutivo vencido pelo United. Festejaram os adeptos do Leeds que, da bancada, cantavam “three-nil in your cup final”.
A jornada que viu o Forest bater o rival Derby teve um regresso há muito aguardado. Finalmente. Bem-vindo de volta, Daryl Murphy! Depois dos incríveis 27 golos da temporada anterior que o estabeleceram como o melhor marcador da prova, Murphy ainda não se tinha encontrado com os golos esta época. Foram quase 900 minutos sem golos que terminaram da melhor maneira. Curiosamente, o Ipswich tem estado longe dos resultados previstos, mas nos dois jogos que Murphy foi decisivo, os Tractor Boys venceram. Durante a semana com uma assistência e, este fim semana, com um hat-trick. Murphy, tal como Pitman e Douglas, capitalizou de tremendos erros defensivos dos Millers que, por sua parte, aproveitaram um ligeiro adormecimento do Ipswich Town entre os 56’ e os 59’ (e que golo marcou Derbyshire!) para reduzir distâncias e aliviar a goleada.
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Eurosport |
E se um 2-5 é fantástico, dois 2-5 na mesma jornada é quase irrepetível. A humilhação caseira do Fulham perante o Birmingham City marcou o ponto final para Kit Symons à frente dos Cottagers. Como vem sendo hábito por estes dias em Inglaterra, Nigel Pearson surge como o mais forte candidato ao lugar (tal como Paul Lambert). Numa semana negra para os treinadores do Championship, é com alguma naturalidade que a demissão de Symons surge no horizonte (ao contrário da saída de Chris Powell de Huddersfield e ao mesmo nível da demissão de Chris Ramsey em Loftus Road). O antigo treinador das camadas jovens de Craven Cottage ainda não tinha convencido e apesar de algumas boas ideias (Moussa Dembélé, por exemplo, explodiu com Symons e o Fulham mexeu-se muito bem no mercado), não parecia ser o homem certo para levar o Fulham de volta à Premier League. O Fulham que apanhou um Birmingham City ferido e sofreu com isso. Os Blues não marcavam há três jogos e vingaram-se em Craven Cottage. Ao intervalo já Gleeson, Caddis e Toral colocavam a equipa de Birmingham na frente. Com golos de Kacaniklic (impressionante o quão pouco tempo joga) e McCormack, já na segunda parte, o Fulham encostou, mas a nova coqueluche de St. Andrew’s, Solomon-Otabor, fechou a contagem e consumou a goleada já em período de compensação.
Não foi goleada mas foi surpreendentemente estrondoso. Caiu, com estrondo, no The Valley, o Wednesday de Carvalhal. Os Addicks não faziam três golos num jogo desde Março e há 13 jogos que não venciam. Karel Fraeye consumou um pequeno milagre que poderá ajudá-lo a garantir o lugar de treinador deste Charlton Athletic de forma definitiva. Johnnie Jackson, aos 26’, colocou os Addicks na frente e, este, era o primeiro golo dos londrinos em cinco jogos. Em cima do apito para intervalo, Makienok, fez o 2-0 e Ghoochannejhad, pouco depois do recomeço da partida, aumentou a vantagem. O melhor que o Wednesday conseguiu fazer foi mesmo reduzir por Forestieri, aos 73’, mas a série imbatível de onze jogos de Carvalhal iria mesmo ter um final inesperado.
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Ramsey saiu, Neil Warnock aqueceu o banco, mas o QPR não melhorou. Warnock confirma que não quer o lugar (que este é um jogo para rapazes novos) e o clube de Loftus Road continua à procura de um novo treinador. Mais uma vez, Nigel Pearson, é o favorito. Os R’s não foram além do nulo perante o North End que aumentou assim a sua incrível série de jogos sem sofrer golos que ascende já a seis partidas. Numa semana de má memória para os comités de igualdade étnica no futebol, Ramsey e Powell, dois dos poucos treinadores negros do futebol em Inglaterra, ficaram desempregados. Contudo, mais do que um problema étnico e racial como, por vezes, tentam fazer crer ser razão exclusiva para os despedimentos (e não duvidamos que exista alguma falta de igualdade), as demissões de Powell e Ramsey devem-se mais a questões de resultados. Powell por não ter conseguido levar o Huddersfield para outro patamar (ainda que não esteja solteiro na culpa) e, Ramsey, por manifesta falta de qualidade no futebol apresentado pelo QPR. A pressão sobre Ramsey já vinha da temporada anterior e com o QPR a parecer incapaz de encetar uma séria luta pela promoção a sua saída é inevitável (tal como Symons).
Também do nulo não passaram Bolton e Bristol City. Os Trotters continuam sem vencer e até desperdiçaram uma grande penalidade quando Shola Ameobi permitiu a defesa a Frank Fielding. Ameobi esteve em tarde não tendo ainda desperdiçado mais uma grande oportunidade para recolocar o Bolton no caminho das vitórias. Estes são tempos complicados para os Trotters que, esta semana, se viram envolvidos em rumores de que o clube estaria próximo da falência e preparado para despedir vários funcionários. A entrada dos Trotters num processo de falência levaria o clube de Bolton a uma dedução pontual que, face aos resultados desportivos, seria uma certidão de óbito ao futuro dos Trotters como clube de Championship. No que se meteu Neil Lennon.
Também empatados ficaram Blackburn e Brentford ainda que Rovers e Bees tenham conseguido oferecer aos seus adeptos algo para festejar. Lasse Vibe colocou os londrinos na frente aos 24’, mas um cruzamento remate fortuito de Tom Lawrence, aos 37’, re-empatou a partida. Button e Steele acabaram mesmo por ser os heróis da partida ao manter o empate a um no marcador com várias defesas decisivas.
Quase tão surpreendente quanto a queda do Wednesday em Londres foi a queda do Reading em Cardiff. Os galeses, que já só conseguem colocar 15 mil nas bancadas (incrível a queda nas assistências desde a queda para o Championship e, especialmente, desde o apontamento de Slade como treinador dos Bluebirds), tiveram num inultrapassável David Marshall a chave da vitória. Kenwyne Jones e Matthew Connolly fizeram os golos do Cardiff City (numa péssima tarde de Michael Hector), mas foi o guardião escocês que levou o prémio de homem do jogo para casa. Uma exibição do melhor que terá feito na carreira e ao nível daquilo que se lhe conhece e que levou muitos a considera-lo o melhor da Premier League em 2013/14. A este nível não há muitos guarda-redes em todo o país que o superem e o mais provável é o Cardiff City ficar sem Marshall em Janeiro (o que dada a forma recente do escocês será problemático para os galeses). Mais do que em função de um goleador (e os galeses nem marcavam há três jogos), é na baliza que o Cardiff City ganha mais pontos.
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Leeds em bom momento. Steve Evans já faz a diferença; Birmingham coloca ponto final na seca de golos com goleada; Daryl Murphy faz os primeiros golos da época e logo com um hat-trick; Charlton regressa às vitórias para colocar um ponto final na invencibilidade de Carlos Carvalhal; Hull City segue imparável; North End continua sem sofrer golos e já vai em seis clean-sheets consecutivas. Um recorde do clube.
PD –
Fim da série de onze jogos sem perder para Carlos Carvalhal; Semana negra para Chris Powell, Chris Ramsey e Kit Symons a verem os seus reinados chegar ao fim; Sinais muito negros em Bolton e no futuro dos Trotters como clube.
GOLO DA JORNADA: Alex Mowatt (Leeds)
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