Barcelona carimba passagem à final com hat-trick do avançado uruguaio; Guangzhou, impotente, apenas por uma vez conseguiu pôr à prova Claudio Bravo; Domínio evidente dos campeões europeus, que só deixaram a equipa de Scolari ver jogar.
Chegou a hora do campeão europeu entrar em cena. O Barcelona deu início à sua participação no Mundial de Clubes frente ao Guangzhou, que para aqui chegar deixou pelo caminho o América do México. Com Neymar no banco e Messi de fora, devido a limitações físicas, Luís Enrique optou pela inclusão dos meninos da cantera Munir e Sergi Roberto. Com Iniesta a ser a grande referência dos catalães, o Barcelona veio reivindicar aquilo que é seu por direito: a posse de bola. Com constantes deambulações entre os homens do meio campo, foram os meninos lançados por Luís Enrique a ocupar as faixas do ataque, embora se evidencie maior sentido de baliza da parte de Munir. Um Guangzhou ciente das dificuldades, com Scolari a optar por um bloco muito baixo, apostado nas transições rápidas, com Paulinho em zona de construção e Elkeson como referência atacante. Com as chances a serem reduzidas, os chineses procuravam o milagre de chegar à final, onde já se encontrava o River Plate.
O início da partida foi morno, com a bola do lado do
Barcelona mas de forma inofensiva. Os chineses conseguiam manter a coesão
defensiva e o único apontamento de realce, nos primeiros vinte minutos, foi um
remate de meia distância de Iniesta, que saiu por cima da baliza adversária. O
médio espanhol era a maior dor de cabeça para o Guangzhou e abriu o livro aos
22’. Passe a rasgar para Munir, com este a não conseguir bater o guardião
contrário. Os chineses ainda tentaram a sorte numa transição, mas Mascherano
limpou o lance ainda no meio campo defensivo. Para variar, Iniesta volta a
aparecer em posição privilegiada para cruzar e Munir aparece para cabecear,
fraco mas com algum perigo. Ao minuto 35', Scolari viu-se obrigado a mexer, depois de Zheng contrair uma lesão grave, num lance com Daniel Alves. Aos 39’, eis que a muralha da China é derrubada.
Rakitic remata forte de fora de área, Li Shuai defende para a frente e Suárez
não perdoa. Sentido de oportunidade bem apurado do uruguaio, que guardaria o
melhor para mais tarde. O golo despertou os chineses e praticamente a seguir
surge a única verdadeira oportunidade de golo da equipa de Scolari. Num livre,
Elkeson aparece na área a desviar de cabeça e valeu uma grande defesa de Bravo
a segurar o empate. Esta foi a melhor fase do Guangzhou na partida, de resto a
única altura em que os chineses podiam ter conseguido uma palavra a dizer na
partida. Os 72% de posse de bola dos catalães ao intervalo dizem muito de como
se jogou.
Se quando o Barcelona ainda não vencia, a bola já se
mantinha só do seu lado, então com a vantagem no segundo tempo foi só gerir e
fazer aumentar o resultado de forma natural. Os catalães trocavam a bola
durante largos minutos, sem grande preocupação em aproximar-se da baliza
contrária. Foi novamente Iniesta a dar o mote para a demolição completa da
muralha, com um passe magistral a isolar Suárez. O uruguaio deu a sua nota de
maior categoria, ao dominar de peito e à meia volta a colocar a bola por cima
do guarda-redes. Continuava o Barcelona no seu ritmo de treino, com a vantagem
mais confortável e com o capitão Iniesta sempre em destaque. Aos 56’, novo
remate perigoso do espanhol. O Guangzhou sabia que pressionar mais alto à
procura do golo era meio caminho andado para sair goleado, então mantinha o
bloco baixo. Passava-se o minuto 66’ quando Munir foi derrubado na área por Huang,
com o árbitro a apontar para a marca dos onze metros. Chamado a marcar, Suárez
selou o hat-trick e o 3-0 final na partida. Luís Enrique geria o plantel,
lançando Adriano e Sandro Ramirez, que viria a ser o homem mais perigoso dos
catalães nesta fase. Dois bons remates de meia distância, numa bela entrada em
jogo do espanhol. Samper também teve tempo para se juntar à festa, substituindo
Iniesta. Já nos últimos dez minutos, Munir volta a estar perto do golo, com um
cabeceamento por cima da baliza, após cruzamento de Adriano. Vitória
incontestável do Barcelona, que mesmo com as baixas de vulto viu o resultado
avolumar-se de forma natural.
DESTAQUES
Com uma primeira parte a um ritmo baixo, Barcelona na posse e Guangzhou bem fechado, foi Iniesta a grande figura. O experiente médio espanhol, que dispensa apresentações, pautou o jogo da sua equipa e foi fundamental no desbloqueio do marcador. Raramente perdeu uma bola, libertou-se sempre da pressão e lançou Munir e Suárez várias vezes nas costas da defesa chinesa. Na frente, o matador do costume. Não há Messi nem Neymar? Não há problema. Suárez dá conta do recado. Letal, o uruguaio está em grande forma e não há adepto de futebol que não fique rendido ao instinto goleador de Luis Suárez. Do lado do Guangzhou, destaque para a exibição positiva de Paulinho, que foi tentando contrariar o poderio dos catalães. Elkeson teve na cabeça a esperança do empate ao intervalo, mas pouco mais pôde fazer do que andar a pressionar os adversários ainda no seu meio campo defensivo.
Homem do jogo para o PD: Luis Suárez (Barcelona)
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