Com o primeiro lugar e o último definidos, o resto dos lugares da Ligue 1 é um ponto de interrogação gigante; Golo de Raphel Guerreiro insuficiente contra os campeões crónicos; Ben Arfa e mais 10 colocam Nice no pódio; Bis de Lacazette decisivo para o Lyon; Trio Adryan-Sala-Bedoya em grande pelo Nantes; Guingamp e Reims com vitórias importantíssimas nas contas do fundo da tabela.

Terça-feira:
Mónaco 2-0 Bastia (Modesto 35' ag e Bernardo Silva 73')
Montpellier 0-1 Marselha (Nkoudou 68')
Quarta-feira:
Guingamp 4-0 Troyes (Erdinc 5', Sankharé 46', Giresse 56' e Blas 90')
Nantes 3-1 Gazélec (Sala 14', Bedoya 23' e Adryan 58')
Lille 1-0 Caen (Soumaoro 59')
Nice 1-0 Toulouse (Ben Arfa 82')
Lyon 3-0 Bordéus (Lacazette 41' e 87' e Kalulu 90')
Reims 2-1 Angers (Traoré 43' e Charbonnier 50' | Moutou 15')
PSG 3-1 Lorient (Cavani 6, Ibrahimovic 55' e Kurzawa 69' | Raphael Guerreiro 19')
Quinta-feira:
Rennes - Saint-Étienne
A vantagem pontual do PSG
permite que Laurent Blanc se dê ao luxo de poupar algumas das principais
estrelas da constelação que desfila no Parc des Princes. 33º jogo sem perder e novo record na Ligue 1. Augustin e Ongenda
integraram o onze da equipa da capital gaulesa e Cavani também regressou à
titularidade. Em noite de receção ao Lorient, os parisienses confirmaram o
favoritismo teórico e conservaram a margem pontual que possuíam face ao Mónaco
à entrada para a presente jornada. Cavani abriu o placard aos cinco minutos,
após boa abertura que deixou o uruguaio na cara do golo. Letal, conferiu uma
vantagem madrugadora ao PSG que no entanto não fez o Lorient "render a
guarda". Afoito e decidido em discutir o jogo, a equipa da Bretanha correu
atrás do prejuízo e conseguiu marcar por intermédio do português Raphael
Guerreiro, após boa assistência do camaronês Waris. Ao intervalo, registava-se
um empate a uma bola. À passagem do 55º minuto de jogo, o PSG regressou
à liderança do marcador. O sueco Zlatan Ibrahimovic voltou a colocar os locais
na frente, materializando o maior ascendente parisiense em golo. O Lorient,
personalizado, continuou a tentar acercar-se da baliza contrária. Não obstante,
o jovem lateral Kurzawa atirou de forma certeira para a baliza à guarda de
Lecomte e sentenciou o encontro. Crónica de (mais) uma vitória anunciada no
Parc des Princes.
Em Lyon, bofetada na crise da
turma de Bruno Genésio. Os lyonnaises
entraram determinados em sacudir a fase de maus resultados e, invariavelmente,
Lacazette foi figura com um bis decisivo. A noite até podia começar a correr
bem logo, nos primeiros minutos, ao avançado francês. Foi por um tris que não
inaugurou o marcador, naquela que foi a melhor oportunidade da primeira meia
hora. À passagem deste momento da partida, surge a melhor fase do Bordéus.
Primeiro foi Anthony Lopes a demonstrar mais uma vez porque é dos melhores
guardiões da liga francesa e pouco tempo depois foi Ounas a desperdiçar uma
bela oportunidade. Foi aos 41’ que Lacazette conseguiu finalmente inaugurar o
marcador, driblando Bernardoni - estreou-se pelos girondins -, após um belo passe em desmarcação de Tolisso.
Ao intervalo, vantagem pela margem mínima, um jogo equilibrado e não havia
tempo para o Lyon adormecer na partida. Lacazette voltou a vacilar na cara do
golo e o Bordéus respondia com muito perigo. O que Alexandre Lacazette
desperdiçava, Anthony Lopes salvava do outro lado. Diego Rolan protagonizou um
belo cabeceamento, que obrigou o guardião português à defesa da noite. Foi já
aos 87’ que o matador da casa tranquilizou os adeptos, mas muito pode agradecer
a Bernardoni e Guilbert, que se embrulharam e viram a bola soltar-se, num
brinde irrecusável para Lacazette. Já de braços baixados, o castigo dos girondins acentuou-se, com o
recém-entrado Cornet a selar o 3-0 final.
Em Nice pode haver poucas
ideias, mas ainda há Ben Arfa e isso, por vezes, é suficiente. Nesta partida
contra o Toulouse, isso foi evidente. Um golo solitário do mago francês, que
tirou mais uma jogada mágica da cartola – batendo o jovem Lafont – chegou para
garantir a vitória e elevar o Nice novamente ao pódio. Mas, para isso, foi
preciso esperar até ao minuto 82. Puel fez descansar Garmain e Koziello e a
equipa ressentiu-se sem dois dos seus melhores jogadores. Os jovens Paulin Puel
e Dorian Caddy nunca conseguiram ultrapassar o bloco de Arribagé e os seus pitchouns. E o próximo confronto é
contra o Mónaco e pode mudar as contas no pódio novamente. Pelos téfécé, o cenário torna-se mais negro a cada dia. Mesmo com 10 minutos para
recuperar do tento de Ben Arfa, a equipa nunca foi capaz de beliscar os aiglons. Quatro derrotas seguidas – seis
se incluirmos os duelos para as taças com o PSG – e penúltimo lugar na tabela
são o panorama contra o qual a equipa tem de lutar actualmente.
Ascensão substancial do LOSC
Lille na Ligue 1 depois de uma série de encontros sem qualquer vitória – 2
empates e 2 derrotas. O Caen, por sua vez, interrompe a senda de 2 triunfos
consecutivos alcançados nas jornadas anteriores e o notável 5º posto na tabela
começa a ser alvo de ameaça. O primeiro tempo roçou os limites da mediocridade.
Duas formações sem qualquer vontade em acrescentar algo positivo na partida.
Dois blocos extremamente coesos caracterizados pelas inúmeras lacunas técnicas
e pela falta de ocasiões de golo. Perante tal apatia, os dois técnicos,
Antonetti e Garande, alteraram o esquema táctico e promoveram algumas
substituições. Do lado de Les Dogues, nota para a estreia (infeliz) de Éder,
internacional português emprestado pelo Swansea. O segundo tempo mudou
completamente o panorama. Mais atrevimento ofensivo de ambas as equipas e,
sobretudo, mais objectividade. Sofiane Boufal voltou a demonstrar mais uma vez
o porquê de ser um dos principais fantasistas do campeonato e agitou o rumo da
partida. O único tento chegou perto dos 60 minutos, por intermédio de Soumaoro,
de cabeça, finalizando da melhor maneira um canto de Bautheac. Vitória pela
margem mínima mas justa do Lille que teve na sua defesa uma arma primordial
para segurar as investidas atacantes do Caen sobretudo no segundo tempo. Mounir
Obbadi voltou a brilhar em mais uma performance completa a todos os níveis. A
sua experiência tem transformado a sua influência em algo fulcral no meio-campo
do LOSC. Dado curioso: Esta é a nona vitória consecutiva do Lille sobre o Caen
na Ligue 1 e é a mais longa série em curso de uma equipa sobre o mesmo
adversário. Em segundo lugar, aparece o PSG frente ao Nantes – oito vitórias.
Com o trio Adryan-Sala-Bedoya
em foco, o Nantes venceu o Gazélec. Os três jogadores combinaram entre si nos
três golos dos canaris. Aos 25’ de
jogo, já havia três golos. Primeiro, com Adryan na jogada, Bedoya ofereceu
primorosamente a Sala que abriu a contenda aos 14’. Minutos depois, com o
Gazélec ainda sem ter entrado no jogo, os papéis inverteram-se e foi a vez de
Sala assistir Bedoya. O médio esteve omnipresente neste encontro. O Gaz ainda
reduziu, fruto de uma marcação deficiente de Vizacarrondo e uma saída em falso
de Riou, bem aproveitado por Mayi. Na segunda metade, e já após a expulsão de
Youga ao minuto 51’, Adryan carimbou a vitória dos canaris e um record. Há 654 dias que o Nantes não marcava 3 ou mais
golos num jogo para o championnat. O
Gazélec, agora com 3 derrotas consecutivas depois do estado de graça, volta a
ver a corda apertar ao pescoço. Os próximos encontros – frente a Guingamp e
Troyes – são importantíssimos para as decisões do rebaixamento.
Dois meses depois, o Reims
voltou às vitórias, num triunfo que pode valer bem mais do que três simples
pontos para a histórica equipa das Ardenas. O Angers começou melhor e chegou ao
golo primeiro, por Moutou. Harami Traoré deixou o jogador angevin esquecido mas viria a redimir-se perto do intervalo,
fazendo o golo da igualdade. Já no decorrer do segundo tempo, o mal-amado
Charbonnier – é mais vezes vaiado do que aplaudido – confirmou a cambalhota no
marcador. Perto do final da partida, momentos de pânico no Auguste-Dalaune com
o guardien de but, Placide, a ser o salvador
da equipa de Guégan. A bola chegou a entrar – golo de NDoye – mas a equipa da
arbitragem considerou o lance irregular. Nota ainda para mais uma boa exibição
de Kankava no meio-campo do Reims e para a utilização de três reforços de
inverno – Lass Bangoura, Bifouma e El-Kaoutari – em quem os adeptos depositam a
esperança para a salvação.
Se o primeiro lugar da tabela
está entregue, o último parece também já ter destino. O Troyes foi goleado no
confronto com um adversário direito e a tarefa da manutenção torna-se uma
tarefa cada vez mais hercúlea para os agora comandados por Claude Robin. O
Guingamp, diga-se de passagem, esteve impiedoso, especialmente na segunda
metade, e conquistou a terceira vitória consecutiva. Briand foi o herói – no seu
jogo 300 – e, apesar de não ter marcado, registou três assistências. Nesta
liga, só Di Maria e Matuidi registaram a mesma marca. Apesar de parecer
estranho, muito desta vitória deve-se a Lössl. O keeper dinamarquês confrontou a juventude troyenne no primeiro tempo e salvou a honra da equipa várias vezes.
Valeu o golo madrugador de Erding. Só na segunda metade o Guingamp se
superiorizou com facilidade ao Troyes. Naquela baliza, esteve um guarda-redes
completamente desamparado. Dreyer assumiu a baliza depois da saída de
Bernardoni e Petric e pecou em três dos quatro golos dos bretões.
Artigo elaborado com a colaboração de Afonso Canavilhas, Nélson Silva e Ricardo Lestre.
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Artigo elaborado com a colaboração de Afonso Canavilhas, Nélson Silva e Ricardo Lestre.