Dortmund passa o exame de Berlim com distinção e reserva regresso à capital dentro de um mês; Schwarzgelben superiores ao Hertha em quase todos os momentos do jogo; Tuchel começa a preparar o 'novo Gündogan'; Esta Alte Dame já não é a mesma coisa.

Quarta-feira:
Hertha Berlim 0-3 Borussia Dortmund (Castro 20, Reus 75' e Mkhitaryan 83')
Hertha Berlim 0-3 Borussia Dortmund (Castro 20, Reus 75' e Mkhitaryan 83')
Previsível e sem espinhas. Mesmo sem Aubameyang, o Dortmund deslocou-se à capital para derrotar o Hertha sem apelo nem agravo, e marcar presença na final diante do Bayern a 21 de Maio. Os homens de Tuchel - que assim mantém vivo o objectivo de conquistar um troféu no seu primeiro ano no clube - não deram qualquer hipótese à Alte Dame, que claramente mostra uma face diferente nesta segunda volta. Em termos de registo, um quarto lugar na Bundesliga e uma presença nas meias da Pokal é um estrondoso sucesso para uma equipa que parecia destinada a mais uma temporada na penumbra, mas é do ponto de vista exibicional que a formação de Dárdai tem vindo a desiludir em 2016. Darida desceu de produção (embora a sua ausência hoje tenha causado ainda mais problemas ao Hertha no domínio do meio-campo), e a teimosia em não mostrar a mesma dinâmica na troca de bola e inteligência posicional, aspectos evidenciados ao longo da primeira volta, desafia a lógica. Debaixo de um ambiente fantástico no Olympiastadion - os adeptos da casa deram forte apoio à equipa do início ao fim, e o BVB viajou com uma legião de 10 000 -, a primeira parte foi praticamente de sentido único, com o Dortmund a apertar o adversário e a chegar à vantagem com alguma rapidez, por intermédio de Castro. O trabalho que Tuchel tem vindo a fazer com o ex-Leverkusen será, porventura, o maior indicador que Gündogan estará mesmo de saída. Castro ganhou, pelo menos de momento, a titularidade ao lado de Weigl, e embora não seja fora-de-série em nenhum aspecto, executa com qualidade tudo aquilo que lhe é pedido, além de que é capaz de imprimir uma intensidade que casa perfeitamente com o que treinador exige à equipa. De forma muito subtil, tem sido ele um dos elementos mais importantes do conjunto este ano. Hoje, inaugurou o marcador com um bom golo na recarga a um remate bloqueado de Reus, isto depois de um bom trabalho de Mkhitaryan e Kagawa na direita. O Hertha procurou reagir até ao intervalo, mas tirando um esforço de Hegeler aos 45', não foi capaz de levar real perigo à baliza de Bürki.
O segundo tempo voltou a trazer um Dortmund melhor e mais perigoso, e um Hertha com uma passividade que chegou a ser preocupante. Depois da hora de jogo chegou o lance que acabou por ser o canto de cisne dos da casa: Kalou desperdiça uma excelente oportunidade para empatar, e a partir daqui, praticamente só deu Dortmund. Já após Jarstein ter brilhado em dois momentos, os visitantes chegam ao segundo numa transição rápida que castigou uma trapalhada de Brooks, e que teve Kagawa e Reus como protagonistas. E já depois de Kalou ter tido nova ocasião e de Gündogan ter atirado ao poste na segunda vez que tocou na bola, o Dortmund selaria a vitória através de Mkhitaryan, que só tem de encostar a bola após uma boa iniciativa de Reus. Game over, com os aurinegros a garantirem a sua oitava final na Pokal (terceira consecutiva), prova que irão tentar conquistar pela quinta vez. Destaque, principalmente, para as partidas do trio nas costas de Ramos. Reus esteve nos três golos da sua equipa, e está finalmente a juntar aos números exibições mais convincentes - algo que raramente conseguiu na Hinrunde. Kagawa fez um trabalho notável entre linhas como é seu apanágio, e esteve também ele envolvido nos três golos. E claro, Mkhitaryan, igualmente um dos homens do jogo. Esta está a ser uma temporada absolutamente fantástica para o arménio. Contando com o jogo de hoje, o seu 48º da época, Super-Mkhi teve participação directa em 50 dos golos do Dortmund em 15/16 - 22 golos e 28 assistências. E isto sem contar com todos os momentos de magia que constantemente lhe saem dos pés.
Outra nota interessante que fica do jogo de hoje é a mutação cada vez mais notória no esquema táctico de Tuchel. Que Schmelzer joga sempre numa linha mais à frente de Piszczek tem sido mais do que evidente. Mas esta noite, essa diferença foi absolutamente vincada, com o polaco a assumir uma cobertura defensiva a três mesmo quando a equipa jogava sem bola. Hummels (cujas enigmáticas palavras no final da partida indiciam estar de saída do Westfalenstadion), outro jogador acima da média hoje, funcionou não raras vezes como lateral esquerdo, e a colocação mais avançada de Schmelzer - mais subido até do que Mkhitaryan - revelou-se principalmente no número de vezes em que o alemão apareceu na área adversária a finalizar jogadas. Piszczek terá de aprender a segurar uma linha de forma mais eficaz, já que a sua fraca percepção posicional coloca adversários em jogo com alguma frequência, mas no geral, esta tem sido uma evolução interessante na nuance táctica que Tuchel começou a trabalhar nos treinos praticamente desde que chegou, mas que apenas na segunda volta se tornou mais evidente. Uma espécie fluída de um 3-4-2-1 que parece ter vindo para ficar.
O segundo tempo voltou a trazer um Dortmund melhor e mais perigoso, e um Hertha com uma passividade que chegou a ser preocupante. Depois da hora de jogo chegou o lance que acabou por ser o canto de cisne dos da casa: Kalou desperdiça uma excelente oportunidade para empatar, e a partir daqui, praticamente só deu Dortmund. Já após Jarstein ter brilhado em dois momentos, os visitantes chegam ao segundo numa transição rápida que castigou uma trapalhada de Brooks, e que teve Kagawa e Reus como protagonistas. E já depois de Kalou ter tido nova ocasião e de Gündogan ter atirado ao poste na segunda vez que tocou na bola, o Dortmund selaria a vitória através de Mkhitaryan, que só tem de encostar a bola após uma boa iniciativa de Reus. Game over, com os aurinegros a garantirem a sua oitava final na Pokal (terceira consecutiva), prova que irão tentar conquistar pela quinta vez. Destaque, principalmente, para as partidas do trio nas costas de Ramos. Reus esteve nos três golos da sua equipa, e está finalmente a juntar aos números exibições mais convincentes - algo que raramente conseguiu na Hinrunde. Kagawa fez um trabalho notável entre linhas como é seu apanágio, e esteve também ele envolvido nos três golos. E claro, Mkhitaryan, igualmente um dos homens do jogo. Esta está a ser uma temporada absolutamente fantástica para o arménio. Contando com o jogo de hoje, o seu 48º da época, Super-Mkhi teve participação directa em 50 dos golos do Dortmund em 15/16 - 22 golos e 28 assistências. E isto sem contar com todos os momentos de magia que constantemente lhe saem dos pés.
Outra nota interessante que fica do jogo de hoje é a mutação cada vez mais notória no esquema táctico de Tuchel. Que Schmelzer joga sempre numa linha mais à frente de Piszczek tem sido mais do que evidente. Mas esta noite, essa diferença foi absolutamente vincada, com o polaco a assumir uma cobertura defensiva a três mesmo quando a equipa jogava sem bola. Hummels (cujas enigmáticas palavras no final da partida indiciam estar de saída do Westfalenstadion), outro jogador acima da média hoje, funcionou não raras vezes como lateral esquerdo, e a colocação mais avançada de Schmelzer - mais subido até do que Mkhitaryan - revelou-se principalmente no número de vezes em que o alemão apareceu na área adversária a finalizar jogadas. Piszczek terá de aprender a segurar uma linha de forma mais eficaz, já que a sua fraca percepção posicional coloca adversários em jogo com alguma frequência, mas no geral, esta tem sido uma evolução interessante na nuance táctica que Tuchel começou a trabalhar nos treinos praticamente desde que chegou, mas que apenas na segunda volta se tornou mais evidente. Uma espécie fluída de um 3-4-2-1 que parece ter vindo para ficar.
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