Tigres UANL e América na final da Liga dos Campeões CONCACAF; Inferioridade numérica desbloqueou meias-finais; André-Pierre Gignac volta a ser decisivo; Agustín Marchesín herói e vilão no mesmo encontro.
Tigres UANL 2-0 Querétaro (André-Pierre Gignac 84’ e 88’) (2-0 no agregado)
América 1-0 Santos Laguna (Michael Arroyo 102’) (1-0 no agregado)
(1-0 em prolongamento, após 0-0 no tempo regulamentar)
Não é preciso conhecer o trabalho do poeta londrino Robert Browning, ou ser especialista em arquitectura e design minimalista para ter ouvido pelo menos uma vez a expressão ‘Less is More’. Na segunda mão das meias-finais da Liga dos Campeões CONCACAF, os emblemas mexicanos que saíram triunfantes, incorporaram essa máxima como nenhum outro o havia feito. Os finalistas apurados América e Tigres UANL conseguiram apenas desatar o nó depois de estarem a jogar com uma unidade a menos. É caso para dizer, ‘Menos es más’.
“O jogo das nossas vidas”, confessou Tiago Volpi na véspera no jogo decisivo no campo do Tigres UANL. A primeira participação do Querétaro na Liga dos Campeões revelou-se bem acima de qualquer expectativa, e a final estava ali tão perto. A confiança era alta, na ressaca de uma vitória por 4-2 em Tijuana para a Liga MX. Do lado de lá encontrava-se um Tigres pouco famoso, sem vencer na competição doméstica há cinco jogos. Depois de um nulo caseiro, o Querétaro aguentou firme em relvado alheio, tendo consentido oportunidades dignas de registo somente na segunda parte. Jesús Dueñas esteve a centímetros de abrir o marcador aos 48’ com um remate bem colocado. No plano ofensivo do Querétaro, a ausência do lesionado Emanuel Villa retirou o poder de fogo que poderia eventualmente oferecer a uma equipa incapaz de responder, e que foi sendo progressivamente empurrada para trás. Mesmo com a expulsão de Dueñas aos 71’, o sentido da partida não inverteu, e os homens da casa continuaram por cima. Aliás, foi com dez unidades que resolveram a eliminatória. André-Pierre Gignac, melhor marcador da Liga MX, volta a resolver uma eliminatória difícil a favor do Tigres, à imagem do que tinha feito nos quartos-de-final frente ao Real Salt Lake. O bis do internacional francês (84’ e 88’) abriu portas à primeira final do Tigres na Liga dos Campeões. É a terceira final disputada pelos Auriazules em menos de nove meses.
Na final antecipada entre o América e o Santos Laguna, foi preciso chegar a prolongamento para assistirmos ao único golo da eliminatória. Jogo de completa parada e resposta, iniciado aos 11’ por Diego Gonzalez, com um remate por cima. Replicou o América através de Paul Aguilar pouco depois, travado em grande estilo por Agustín Marchesín. O argentino Gonzalez tentou novamente a sua sorte, ficando desta vez a centímetros do poste. Perto do intervalo, os forasteiros assinaram a oportunidade mais clara dos 90 minutos. Martín Bravo surgiu em posição privilegiada, e o seu remate embateu com estrondo na barra da baliza adversária. A reacção dos homens da casa acabou em Marchesin, autor de uma notável estirada para negar Andrés Andrade. Até que chegou o prolongamento, onde o guardião argentino perdeu o estatuto de herói. A jogar com menos um jogador desde os 85’, após expulsão de Carlos Quintero, o América conseguiu controlar os trinta minutos adicionais, e aproveitou um erro grosseiro de Marchesín para assegurar a presença na final. Michael Arroyo bateu um livre directamente para as mãos do guarda-redes visitante, e este deixou escapá-la para o fundo das redes. 413 minutos depois, o Santos Laguna sofreu um golo na Liga dos Campeões. É a segunda final consecutiva do América, que continua invicto na prova há onze partidas.
FINAL
Tigres UANL – América, 20 e 27 de Abril (2h45)