CONVOCADOS
Guarda-redes: Pedro Gallese (Juan Aurich), Diego Penny (Sporting Cristal) e Carlos Cáceda (Universitario).
Defesas: Jair Céspedes (Sporting Cristal), Aldo Corzo (Deportivo Municipal), Christian Ramos (Juan Aurich), Alberto Rodríguez (Sporting Cristal), Renzo Revoredo (Sporting Cristal), Miguel Trauco (Universitario) e Luis Abram (Sporting Cristal).
Médios: Adán Balbín (Universitario), Armando Alfageme (Municipal), Renato Tapia (Feyenoord), Cristian Benavente (Sporting Charleroi), Óscar Vilchez (Alianza Lima), Yoshimar Yotún (Malmo FF), Christian Cueva (Toluca) e Edison Flores (Universitario).
Avançados: Paolo Guerrero (Flamengo), Raúl Ruidíaz (Universitario), Beto da Silva (PSV), Andy Polo (Universitario) e Alejandro Hohberg (César Vallejo).
Treinador: Ricardo Gareca (ARG)
CALENDÁRIO
CALENDÁRIO
Haiti Vs. Perú | 5 de Junho às 00h30 | CenturyLink Field | Seattle (Washington)
Equador Vs. Perú | 9 de Junho às 3h00 | University of Phoenix Stadium | Glendale (Arizona)
Perú Vs. Brasil | 13 de Junho às 1h30 | CenturyLink Field | Seattle (Washington)
HISTORIAL
Equador Vs. Perú | 9 de Junho às 3h00 | University of Phoenix Stadium | Glendale (Arizona)
Perú Vs. Brasil | 13 de Junho às 1h30 | CenturyLink Field | Seattle (Washington)
HISTORIAL
É difícil um adepto de futebol ficar indiferente em relação ao Perú. A camisola branca com a risca diagonal vermelha ganhou uma aura especial na mente das pessoas. Nela vemos reflectida a imagem do bom futebol. A mítica estampa transporta-nos logo para os anos 70 em que Teófilo Cubillas e Hugo Sotil encabeçavam a era dourada do futebol peruano. Foi o melhor período da história de La Blanquirroja. O Perú chegou aos quartos-de-final do Mundial de 1970, tendo perdido com os eventuais vencedores da competição, o Brasil, curiosamente também adversário no Grupo B desta Copa America Centenario. Com essa geração de Ouro, o Perú garantiu duas qualificações consecutivas para o Argentina 78 e Espanha 82. A eliminação precoce do certame espanhol declarou o fim dessa geração e da ideia de futebol livre e criativo que o Perú defendia. Os resultados do Mundial de 82 foram de facto um rude golpe no bom futebol. De lá para cá, nunca mais os Incas marcaram presença num grande torneio internacional.
O apuramento para os vários Mundiais foi sempre fugindo, ora por muito, ora por muito pouco, como foi o caso do Mundial de 86 que esteve a um ponto de distância. 4 anos mais tarde, naquele que deveria ser o ano da afirmação da nova geração de ouro, a dos Los Potrillos do Alianza Lima, um desastre aéreo vitimou grande parte dos jogadores dessa equipa e também o selecionador nacional. O apuramento esteve novamente muito perto no Mundial de 98, mas escapou pela diferença de golos. De facto, os Mundias não querem nada com o Perú. Contudo, o historial de La Blanquirroja na Copa América é bem diferente. Vencedor da competição por duas ocasiões (1939 e 1975), o Perú é uma equipa diferente nestes torneios curtos. Por entre a mediocridade nas fases de qualificação para os Mundiais, o Perú vai coleccionando boas prestações na Copa América. Fez terceiro nas últimas duas edições, figurando como a equipa surpresa em ambas as ocasiões. Isto reflete aquilo que se tornou o futebol do Perú. Forte em competições curtas, onde a garra e a motivação têm uma importância exacerbada, fraca a longo prazo, quando a alma não chega e o futebol é pouco.
O apuramento para os vários Mundiais foi sempre fugindo, ora por muito, ora por muito pouco, como foi o caso do Mundial de 86 que esteve a um ponto de distância. 4 anos mais tarde, naquele que deveria ser o ano da afirmação da nova geração de ouro, a dos Los Potrillos do Alianza Lima, um desastre aéreo vitimou grande parte dos jogadores dessa equipa e também o selecionador nacional. O apuramento esteve novamente muito perto no Mundial de 98, mas escapou pela diferença de golos. De facto, os Mundias não querem nada com o Perú. Contudo, o historial de La Blanquirroja na Copa América é bem diferente. Vencedor da competição por duas ocasiões (1939 e 1975), o Perú é uma equipa diferente nestes torneios curtos. Por entre a mediocridade nas fases de qualificação para os Mundiais, o Perú vai coleccionando boas prestações na Copa América. Fez terceiro nas últimas duas edições, figurando como a equipa surpresa em ambas as ocasiões. Isto reflete aquilo que se tornou o futebol do Perú. Forte em competições curtas, onde a garra e a motivação têm uma importância exacerbada, fraca a longo prazo, quando a alma não chega e o futebol é pouco.
XI PROVÁVEL
ANÁLISE TÁCTICA
Ricardo Gareca produziu uma autêntica revolução na convocatória. Só sobram 7 jogadores que estiveram presentes na última edição da Copa América: Christian Cueva, Yoshimar Yotún, Jair Céspedes, Christian Ramos, os dois guarda-redes, Pedro Gallese e Diego Penny, e Paolo Guerrero. Da figuras principais do passado recente da Blanquirroja, o avançado do Flamengo foi mesmo o único sobrevivente. Ficaram de fora Jefferson Farfan, André Carrillo, Claudio Pizarro, Carlos Zambrano, Carlos Ascues e Luis Advincula. Foi uma limpeza profunda. A ideia de Gareca é clara. A qualificação para o Mundial não corre nada bem. O técnico argentino quer aproveitar esta Copa América (que considera menos importante do que as outras) para rodar a convocatória, ver jogadores diferentes, como eles reagem a este ambiente competitivo e talvez ganhar opções para a competição que realmente lhe interessa. A baliza é o único sector que não deverá sofrer qualquer alteração. Pedro Gallese e Diego Penny repartiram os jogos na qualificação para o Mundial, mas o guarda-redes do Juan Aurich foi o titular na última edição da Copa América e deve manter esse estatuto. A defesa vai levar um volta de 180 graus. A dupla centrais habitual não foi convocada (Zambrano e Ascues). Isso deixa as portas abertas a Christian Ramos e ao ex-Sporting Alberto Rodríguez. Aldo Corzo será a opção para a lateral direta e Miguel Trauco para a esquerda. Trauco é um jogador interessante para acompanhar. Com apenas 23 anos, Trauco é um lateral promissor. Tem boa técnica e faz a diferença no um-para-um. O seu pé esquerdo pode fazer muitos estragos, quer seja a abrir em profundidade para o extremo, quer seja a cruzar para a área.
A partir daqui é que começa a ficar complicado tentar adivinhar o que pensa Gareca. Há dois indiscutíveis nesta selecção: Paolo Guerrero e Christian Cueva. São os dois diference makers no ataque. Guerrero é um líder em campo e fora dele. As suas acções como ponta do ataque peruano podem ajudar a equipa em jogos que tenham pouca posse de bola. Guerrero segura bem a bola e dá tempo para os companheiros subirem, ou então pega ele e tem qualidade para ganhar metros sozinho. Nos jogos em que o Perú tenha mais bola, aí será a altura de Cueva brilhar. Ele, que foi uma das grandes revelações da última edição da Copa América, será agora a principal arma ofensiva do Perú. A sua qualidade de passe e de movimentação no último terço do terreno trazem uma qualidade ao ataque do Perú que é difícil encontrar noutra equipa da Copa América. Com 3 key passes e 8 dribles por jogo (dados InStat), a criatividade do médio do Toluca vai ser fundamental para o Perú desmontar as defesas contrárias. Os restantes podem encaixar no onze de inúmeras maneiras.
A primeira decisão que Gareca terá que tomar com este plantel praticamente novo é definir um sistema: se quer alguém para jogar ao lado de Guerrero ou se prefere ter mais um homem no meio-campo. A optar por dois homens na frente, Raúl Ruidiaz parece ser o preferido. O rápido avançado do Universitario fez um grande torneio Apertura com 10 golos em 9 jogos e já foi decisivo também pela selecção, ao marcar o golo do empate frente à Venezuela saído do banco. A sua aceleração e facilidade em bater o adversário no um para um torna-o numa excelente opção quando o Perú pretender esticar o jogo. No entanto, Gareca quer algo diferente. Quer que o Perú volte a ser uma equipa criativa, de posse de bola e pressão alta. Quer ser ele a mandar no jogo. Dessa necessidade saiu uma ideia: adaptar Renato Tapia a central. Tapia, um construtor de jogo a partir de zonas mais recuadas do terreno, poderia dar uma qualidade na saída de bola desde trás que nem Rodríguez nem Ramos são capazes. Esta foi uma solução já experimentada por Gareca no amigável contra El Salvador. Andy Polo é um jogador que, mesmo não sendo aposta inicial, pode encontrar o seu espaço na equipa durante a competição. Com o golo que marcou com El Salvador, Polo tornou-se no primeiro jogador da história do Perú a marcar em todos os escalões. Poderá ser uma das agradáveis surpresas desta competição.
Nesta altura são mais as perguntas do que respostas em redor da Blanquirroja. Num grupo complicado, o cenário mais provável será uma disputa com o Equador pelo segundo lugar e, tendo em conta a performance das duas selecções na qualificação para o Mundial, o embate não favorece os peruanos. Resta esperar que a revolução operada por Gareca surta efeitos imediatos.
A partir daqui é que começa a ficar complicado tentar adivinhar o que pensa Gareca. Há dois indiscutíveis nesta selecção: Paolo Guerrero e Christian Cueva. São os dois diference makers no ataque. Guerrero é um líder em campo e fora dele. As suas acções como ponta do ataque peruano podem ajudar a equipa em jogos que tenham pouca posse de bola. Guerrero segura bem a bola e dá tempo para os companheiros subirem, ou então pega ele e tem qualidade para ganhar metros sozinho. Nos jogos em que o Perú tenha mais bola, aí será a altura de Cueva brilhar. Ele, que foi uma das grandes revelações da última edição da Copa América, será agora a principal arma ofensiva do Perú. A sua qualidade de passe e de movimentação no último terço do terreno trazem uma qualidade ao ataque do Perú que é difícil encontrar noutra equipa da Copa América. Com 3 key passes e 8 dribles por jogo (dados InStat), a criatividade do médio do Toluca vai ser fundamental para o Perú desmontar as defesas contrárias. Os restantes podem encaixar no onze de inúmeras maneiras.
A primeira decisão que Gareca terá que tomar com este plantel praticamente novo é definir um sistema: se quer alguém para jogar ao lado de Guerrero ou se prefere ter mais um homem no meio-campo. A optar por dois homens na frente, Raúl Ruidiaz parece ser o preferido. O rápido avançado do Universitario fez um grande torneio Apertura com 10 golos em 9 jogos e já foi decisivo também pela selecção, ao marcar o golo do empate frente à Venezuela saído do banco. A sua aceleração e facilidade em bater o adversário no um para um torna-o numa excelente opção quando o Perú pretender esticar o jogo. No entanto, Gareca quer algo diferente. Quer que o Perú volte a ser uma equipa criativa, de posse de bola e pressão alta. Quer ser ele a mandar no jogo. Dessa necessidade saiu uma ideia: adaptar Renato Tapia a central. Tapia, um construtor de jogo a partir de zonas mais recuadas do terreno, poderia dar uma qualidade na saída de bola desde trás que nem Rodríguez nem Ramos são capazes. Esta foi uma solução já experimentada por Gareca no amigável contra El Salvador. Andy Polo é um jogador que, mesmo não sendo aposta inicial, pode encontrar o seu espaço na equipa durante a competição. Com o golo que marcou com El Salvador, Polo tornou-se no primeiro jogador da história do Perú a marcar em todos os escalões. Poderá ser uma das agradáveis surpresas desta competição.
Nesta altura são mais as perguntas do que respostas em redor da Blanquirroja. Num grupo complicado, o cenário mais provável será uma disputa com o Equador pelo segundo lugar e, tendo em conta a performance das duas selecções na qualificação para o Mundial, o embate não favorece os peruanos. Resta esperar que a revolução operada por Gareca surta efeitos imediatos.