Frenético jogo 1 abre o apetite para uma final que promete: a final que a Stanley Cup merece; Penguins saem vitoriosos graças a um golo de Nick Bonino perto do fim; A pista parecia inclinada; Todos os golos foram marcados na mesma baliza; Sharks com problemas para lidar com a velocidade dos Penguins no primeiro período; Boa réplica no segundo; Brent Burns entrou para um clube restrito; Patrick Marleau com uma placagem duvidosa.
PLAYOFFS | FINAL
Segunda-feira, 30 de Maio:
Pittsburgh Penguins 3-2 San Jose Sharks (Rust, Sheary e Bonino | Hertl e Marleau)
Penguins lideram a série por 1-0
Se o jogo 1 foi uma amostra do que está para vir, espera-nos uma grande final, talvez a melhor dos últimos anos. Primeiro, porque temos grandes executantes dos dois lados, como são os casos de Sidney Crosby e Joe Thornton, mas principalmente, devido à maneira de jogar de ambas as equipas. O jogo que terminou com a vitória dos Penguins por 3-2 foi jogado a uma velocidade estonteante, dava para perder o fôlego só de ver. As equipas passaram a noite a trocar oportunidades de golo, ataques rápidos e contra-ataques, contra-ataques aos contra-ataques, tudo o que se pode pedir em 60 minutos de hockey. Só nos resta pedir mais. Mais jogos destes nesta final. Mais jogos destes na NHL. A falta de golos tem sido um dos maiores temas de discussão esta temporada. Este jogo prova que a falta de golos não é o problema. Só tivemos cinco e o jogo foi fantástico. O problema é o estilo de jogo. Estas duas equipas jogam como deve ser. Arriscam, não têm medo de ser agressivos a defender, não têm medo de juntar um defesa ao ataque quando vêem que podem desequilibrar o adversário. É isso que cria os grandes jogos, não são os golos.
A pista estava inclinada? É que parece. Todos os golos foram marcados na mesma baliza. Os Penguins dominaram absolutamente o primeiro período, terminando com uma vantagem de 14-5 em remates. Bryan Rust (3º golo consecutivo, depois dos dois no jogo 7 contra os Lightning) e Conor Sheary marcaram e colocaram a equipa da casa a vencer por 2-0. No segundo período, depois de trocarem de campo, foi a vez dos Sharks. 13-8 em remates e dois golos para empatar a partida. No terceiro e último período, nova mudança de campo, 18 remates e um golo para os Penguins. Dá que pensar. É óbvio que o gelo não estava inclinado. Isto vem mostrar que ambas as equipas tiveram os seus momentos bons e maus na partida, com o último período a ser ligeiramente mais equilibrado. A velocidade dos Penguins foi um factor muito importante, principalmente no primeiro período. Por várias vezes, a equipa da casa conseguiu colocar o disco nas costas da defesa dos Sharks e ir buscá-lo. Os defesas dos forasteiros também não estiveram nos seus melhores dias, principalmente Justin Braun que revelou bastantes dificuldades para lidar com a velocidade dos Penguins, perdendo muitas vezes o disco em zonas perigosas quando pressionado pelo forecheck dos Penguins. Os californianos ajustaram-se melhor a essa realidade no resto do jogo, mas ainda assim tiveram dificuldades em lidar com as transições dos Penguins. A equipa de Mike Sullivan não tem problemas em lançar um defesa para criar vantagem numérica num contra-ataque. Os Sharks deixaram fugir esse homem muitas vezes neste jogo. Não pode voltar a acontecer se quiserem conter as transições dos Penguins.
A resposta dos Sharks no segundo período foi bastante positiva. A equipa afastou os nervos, fez algumas correcções e os golos surgiram. O primeiro da história dos San Jose Sharks numa final da Stanley Cup foi da autoria de Thomas Hertl. Patrick Marleau fez o segundo, um wrap-around muito difícil de executar de backhand. Não foram capazes de transportar isso para o terceiro período, mas isso aconteceu mais por mérito dos Penguins do que por demérito dos Sharks. Brent Burns registou duas assistências nesses dois golos e entrou para um clube restrito. Com mais estes dois pontos, Burns tem agora 22 nestes playoffs, o máximo por um defesa desde os 34 de Brian Leetch pelos New York Rangers em 1994. Burns é um de apenas nove defesas a alcançarem os 22 pontos numa só post-season. Os outros oito estão no Hall of Fame.
O jogo também teve espaço para a polémica. No terceiro período, Patrick Marleau placou e acertou na cabeça de Bryan Rust. O rookie dos Penguins foi aos balneários para ser avaliado, mas regressou ao jogo. Contudo, está em dúvida para o jogo 2. Marleau acerta na cabeça de Rust e a penalidade que lhe foi assinalada foi merecida, sem dúvida, mas é difícil dizer que este lance merece mais do que isso. Marleau não tirou os pés do chão, na esticou o cotovelo, não pareceu ter intenção de acertar na cabeça de Rust. Podia ter evitado? Talvez, mas a posição de Rust também não lhe facilitou a vida. É difícil ver ali um cenário alternativo em que Marleau o pudesse ter placado sem lhe acertar na cabeça. A primeira vitória já está e essa costuma dizer-se que é a mais difícil. No entanto, poderá ser ainda mais difícil a segunda. Esta equipa dos Sharks não perde duas vezes seguidas muitas vezes. Nestes playoffs, depois de uma derrota, os Sharks têm 5 vitórias e 1 derrota.
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