A Argentina apresenta-se nos EUA como a grande favorita a uma vitória que não acontece desde 1993. Mas se há lição que a selecção albiceleste nos ensinou ao longo dos anos é que os nomes não vencem jogos. O grande desafio de Tata Martino e Messi é quebrar o longo jejum de títulos da Argentina, que tem no seu fantasma o seu maior adversário nesta competição.

Guarda-redes: Sergio Romero (Manchester United), Nahuel Guzmán (Tigres) e Mariano Andújar (Estudiantes).
Defesas: Facundo Roncaglia (Fiorentina), Marcos Rojo (Manchester United), Nicólas Otamendi (Manchester City), Martín Funes Mori (Everton), Gabriel Mercado (River Plate), Victor Cuesta (Independiente) e Maidana (River Plate).
Médios: Javier Mascherano (Barcelona), Augusto Fernández (Atlético Madrid), Matías Kranevitter (Atlético Madrid), Ever Banega (Sevilha), Lucas Biglia (Lazio), Erik Lamela (Tottenham) e Javier Pastore (PSG).
Avançados: Leo Messi (Barcelona), Gonzalo Higuín (Napoles), Sergio Aguero (Manchester City), Di Maria (PSG), Nicolas Gaitán (Benfica) e Ezequiel Lavezzi (Hebei Fortune).
Avançados: Leo Messi (Barcelona), Gonzalo Higuín (Napoles), Sergio Aguero (Manchester City), Di Maria (PSG), Nicolas Gaitán (Benfica) e Ezequiel Lavezzi (Hebei Fortune).
Treinador: Tata Martino (ARG)
CALENDÁRIO
Argentina Vs. Chile | 7 de Junho às 03h00 | Levi's Satadium | CalifórniaArgentina Vs. Panamá | 11 de às Junho 3h30 | Soldier Field | Chicago
Argentina Vs Bolívia | 15 de às Junho 3h00 | Centurylink Field | Seattle
HISTORIAL
Poucas vezes na centenária história da Copa América a Argentina entra em campo tão favorita como este ano. Se há coisa que a selecção albiceleste habituou os adeptos é a ter um leque de opções de classe mundial que construiu uma história que vai além dos 14 troféus conquistados. Com um Brasil menos forte do que o habitual, a equipa liderada por Tata Martino beneficia ainda de uma máquina oleada que, ainda em 2014, foi vice-campeã mundial e no ano seguinte foi vice-campeã da Copa América no Chile.
Olhando para todas as equipas a Argentina, liderada em campo por Lionel Messi, é de longe a que apresenta os nomes mais sonantes da prova, sobretudo no meio-campo e ataque, ao ponto de Martino se dar ao luxo de deixar de fora, por exemplo, Carlos Tevéz. Mas se há lição que a Argentina nos tem ensinado é que os nomes não vencem jogos. Também por isso é a própria Argentina e o seu fantasma que poderão ser os seus maiores adversários. Desde 1993 que não vence a Copa América. Ao longo de duas décadas e meia as suas equipas coleccionaram derrotas e resultados traumáticos como aconteceu na sua própria casa, em 2011, caindo perante o Uruguai.
Tata Martino foi o homem escolhido para estabilizar e organizar equipa por forma a quebrar o jejum de títulos internacionais que dura, precisamente, desde 1993. E a verdade é que logo no ano de estreia esteve perto de o conseguir. No Mundial do Brasil conseguiu levar a Argentina à final 24 anos depois da derrota com a Alemanha em Itália e, o ano passado, foi foi também finalista vencido da Copa América. O técnico argentino construiu o seu prestígio no futebol paraguaio, primeiro no Cerro Porteño e Libertad, onde conquistou quatro títulos e depois na selecção, conduzindo-a aos quartos-de-final do Mundial 2010 e à final da Copa América no ano seguinte. Antes de chegar ao Barcelona foi ainda campeão argentino pelo Newell's Old Boys, com um futebol diferenciado e que o fez levar para o gigante europeu. Apesar de não ter o sucesso esperado na Catalunha, a verdade é que desde que chegou ao comando da selecção argentina atingiu, em dois anos, duas finais.
Mas não é só o treinador que anseia por voltar a não morrer na praia. A Copa América representará também mais uma oportunidade para Lionel Messi conduzir o seu país aos êxitos internacionais. O cinco vezes vencedor da Bola de Ouro convive desde o início da carreira com a fama de não conseguir liderar o seu país a grandes conquistas, pese embora o título olímpico alcançado em Pequim (2008).
Inserida no grupo D juntamente com o Chile, o Panamá e a Bolívia, a Argentina tem condições para se qualificar para a fase seguinte. No entanto, o jogo inaugural com o Chile, que será a reedição da final de 2015, será fundamental não apenas para reforçar o índice de confiança dos jogadores mas acima de tudo para não deixar a equipa numa situação delicada perante os outros rivais, sobretudo a Bolivia com quem jogará a terceira partida na prova.
Fora dos relvados a participação argentina está já envolvida em polémica. É que o presidente argentino, Maurício Macri, decidiu cancelar as eleições na Associação de Futebol Argentino o que, no limite e segundo os regulamentos da FIFA, a intervenção estatal poderia levar à exclusão da selecção na Copa América.
XI PROVÁVEL
ANÁLISE TÁCTICAMas não é só o treinador que anseia por voltar a não morrer na praia. A Copa América representará também mais uma oportunidade para Lionel Messi conduzir o seu país aos êxitos internacionais. O cinco vezes vencedor da Bola de Ouro convive desde o início da carreira com a fama de não conseguir liderar o seu país a grandes conquistas, pese embora o título olímpico alcançado em Pequim (2008).
Inserida no grupo D juntamente com o Chile, o Panamá e a Bolívia, a Argentina tem condições para se qualificar para a fase seguinte. No entanto, o jogo inaugural com o Chile, que será a reedição da final de 2015, será fundamental não apenas para reforçar o índice de confiança dos jogadores mas acima de tudo para não deixar a equipa numa situação delicada perante os outros rivais, sobretudo a Bolivia com quem jogará a terceira partida na prova.
Fora dos relvados a participação argentina está já envolvida em polémica. É que o presidente argentino, Maurício Macri, decidiu cancelar as eleições na Associação de Futebol Argentino o que, no limite e segundo os regulamentos da FIFA, a intervenção estatal poderia levar à exclusão da selecção na Copa América.
XI PROVÁVEL
Como é habitual nas equipas da Argentina quase todos os seus jogadores alinham na Europa e estão habituados aos mais exigentes ambientes. Mas muito do que se passar com a equipa passará por Messi. Como não poderia deixar de ser o astro do Barcelona é a estrela maior da equipa e depois dos vice-campeonatos do Mundo (2014) e Copa América (2015) quer finalmente liderar a equipa no regresso aos títulos que fogem desde 1993.
Tata Martino deverá apostar no esquema habitual de 4-3-3. Influenciado pelo estilo de César Menotti, o ex-treinador do Barcelona aposta num modelo de jogo em posse de bola tirando partido da habilidade dos seus jogadores. Pelos pés de Messi passa quase todo o futebol da equipa e capacidade de construção de jogo ofensivo. E quando colectivamente as coisas não resultam, La Pulga, já se sabe, pode a qualquer momento tirar um coelho da cartola e individualmente decidir o jogo. No entanto, o facto de a linha mais recuada da Argentina defender uns metros mais atrás em relação ao que faz o Barcelona obriga Messi a um desgaste maior e a movimentações diferentes. A diferença de rendimento no clube e na selecção é uma crítica com a qual tem convivido, aliás, ao longo de toda a carreira. Mas se Messi é, invariavelmente, a maior referência Argentina, o verdadeiro líder em campo e de balneário é Javier Mascherano. O segundo jogador com mais internacionalizações na história da selecção (123 partidas) é um verdadeiro pêndulo no meio-campo, apesar de no Barcelona jogar como defesa-central. Seja na recuperação de bolas, na primeira zona de construção de jogo, ou até como voz de comando Mascherano é mais do que um jogador. É a extensão de Martino em campo, conforme ficou provado no Mundial do Brasil.
A apoiá-lo estarão Eric Lamela (Tottenham) e, muito provavelmente, Biglia (Lazio). Os dois jogadores estão condicionados, devido a problemas musculares, sendo o caso do jogador laziale o mais preocupante. Certo é que Biglia não foi substituído e, em condições normais, deverá ser titular já contra o Chile (7 de Junho). Os dois oferecem talento, capacidade de circulação de bola e, no caso de Lamela, velocidade e poder de fogo de meia distância. Aliás, a sua velocidade, capacidade técnica e visão de jogo contribuem para que a Argentina seja fortíssima nas transições. Até porque há ainda Di Maria (PSG) e Higuain, cujo momento excepcional de forma (26 golos pelo Nápoles esta época) o coloca em vantagem face a Kun Aguero, um suplente de luxo. Diga-se, também, que Ever Banega (Sevilha) é outro jogador que pode entrar a qualquer momento para o meio-campo sem que a equipa oscile em termos de qualidade. O jogador do Sevilha tem sido, de resto, aposta recorrente mas no jogo de preparação com as Honduras (que a Argentina ganhou por 1-0) Martino optou pelo atleta do Tottenham,
O ponto a ser explorado pelos adversários da Argentina será a defesa. Ainda assim, o quarteto que deverá ser composto por Rojo (Manchester United), Otamendi (Manchester City), Funes Mori (Everton) e Mercado (River Plate) é ágil e forte fisicamente, ganhando muitas vezes os lances nas costas dos adversários. No entanto, quando exposta, deixa a nu todas as suas fragilidades. O problema não é, de resto, exclusivo de Martino, mas é histórico nas equipas argentinas.
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Depois do segundo lugar no Mundial (2014) e Copa América (2015) a Argentina de Messi e Aguero tenta conquistar o primeiro título desde 1993 (Foto: copadomundo) |