Um ano após vencerem a sua primeira Copa, o Chile voltou a levantar o troféu
na edição centenário da prova. Pela segunda vez seguida Messi foi “segundo
melhor” vestido de azul e branco. Venezuela impressionou, Uruguai e Brasil não
tanto. A edição 45º da Copa America aos olhos do Planeta Desportivo.
OVERVIEW
Este “brinde” para os espetadores
que foi a edição extra da Copa America, em comemoração dos seus 100 anos foi um
sucesso em múltiplas frentes. Emoção de início ao fim, a mistura da garra e criatividade
sul-americana com a evolução e orgulho do futebol do centro e norte da América.
Estádios de grandes dimensões, relvados de bastante qualidade, muito público e
muitos golos. Um total de 1,5 milhões de espetadores nos jogos ao vivo e uma
média de mais de 46 mil pessoas por jogo – ambos recordes na história desta
competição continental. Para não falar dos mais de 100 milhões de
telespetadores ou dos quase 4 milhões de fãs que interagiram com o torneio
pelas redes sociais, esta Copa America deu que falar. Com jogadores de classe
mundial a batalharem pelo título, uma Venezuela surpreendente, um Chile
lutador, um México que caiu com estrondo e o desespero de Messi e companhia, esta
Copa teve tudo. O total de 90 golos, com uma média de três por jogo foi – entre
tantas coisas – outro fator que nos ajudou a manter de olhos abertos durante a
madrugada portuguesa.

OS FINALISTAS
CHILE
No Argentina-Chile da fase de
grupos a Argentina “vingou-se” da final da última Copa America e tudo voltou à “estaca
zero” entre as duas nações. Não deixando
de serem candidatos ao título, as apostas para levantar o troféu final deixaram
de recair tanto nos Chilenos. As saudades de Sampaoli apertavam no coração
de muitos mas a equipa soube dar a volta à situação. As vitórias frente ao
Panamá e Bolívia ofereceram a passagem em segundo lugar do grupo mas, apesar
dos sete golos marcados, terem sofrido golos em todas as partidas não dava aos
adeptos da “Roja” a segurança que desejariam. A demolição do México por 7-0 nos
quartos-de-final foi o “turning point” para a equipa e a partir daí tornaram-se
um dos grandes candidatos de novo. Venceram os “Cafeteros” nas meias e souberam
aguentar até às grandes penalidades na agressiva final frente a Messi e
companhia. Com um meio-campo de luxo
constituído por Diaz, Aranguiz e Vidal – estes dois últimos que na final
provaram ser capazes de vencer sozinhos todas as batalhas do mundo. Alexis foi considerado o jogador do torneio
e é, juntamente a Medel, a personificação da garra e agressividade desta
equipa. Vargas mostrou continuar a ser o autêntico “jogador de seleção”
sendo de novo o melhor marcador da prova apesar da inconsistente temporada a
nível de clube, Fuenzalida mostrou-se ao
mundo do futebol aos 31 anos com grandes exibições de um jogador capaz de
fazer toda a ala direita e até Puch correspondeu quando chamado à ação. Pizzi
continuou o fantástico trabalho de Sampaoli e o Chile mantem-se como a melhor
seleção sul-americana.
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ARGENTINA
Desde o início aos últimos minutos
da prova parecia que meio mundo iria estar correto quando afirmavam que era o “ano
de Messi”, o ano do astro argentino vencer um torneio com a sua seleção. O
atleta do Barça até começou a prova no banco, na vitória inicial da equipa de
Tata Martino sobre o Chile mas brilhou com um impressionante hat-trick ao
saltar do banco frente ao Panamá. A partir daí as goleadas continuaram: 3-0
frente à Bolívia, 4-1 contra a sensação Venezuela e 4-0 nos anfitriões antes de
chegar ao jogo decisivo. Um total de 18 golos marcados e apenas 2 sofridos até
à final frente ao Chile: Messi fazia
magia sempre que a bola lhe caía nos pés, Higuaín ia faturando e na retaguarda
Otamendi fez um torneio de excelência. Na final a equipa mais dominadora do
torneio teve o azar de se encontrar com a mais trabalhadora do mesmo, os
talentos do ataque “Albiceleste” não foram eficazes, quer por culpa própria ou
de Cláudio Bravo, e acabaram por ter de resolver a disputa em grandes
penalidades após um jogo muito disputado. Messi falhou de forma inacreditável,
tal como Biglia, e a Argentina perdeu a sua terceira final consecutiva (após a
última Copa e o último mundial). Esta derrota
deverá implicar deverá de forma gigantesca o futuro da seleção e do futebol
argentino: as reações das estrelas da equipa que renunciaram à sua equipa nacional
após esta partida darão por certo uma volta nas escolhas futuras de Tata
Martino para a abordagem ao próximo Mundial.
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3º E 4º LUGARES
COLÔMBIA
Os comandados de Peckerman chegaram aos Estados Unidos com os olhos
postos no título e não demoraram até mostrarem o seu poderio e ousadia
perante os homens da casa na primeira jornada. Com a vitória frente ao Paraguai
já a passagem estava a segurada e os “Cafeteros” tinham James e Cardona a fazer
um torneio de enorme qualidade. O treinador argentino descansou bastantes
jogadores frente à já eliminada Costa Rica na terceira partida e acabou por ter
um desgosto: foram derrotados e perderam o primeiro lugar para os Estados
Unidos. A derrota teve claras repercussões na equipa e acabaram por só
conseguir ultrapassar o Perú nos quartos-de-final com recurso a grandes
penalidades. Seguiu-se a eliminação pelo campeão e a nova vitória sobre o
anfitrião para segurar o último lugar do pódio. Ospina mostrou toda a sua qualidade do início ao fim, sendo dos
melhores guarda-redes da competição (a par de Bravo e Gallese) e James foi o capitão que a equipa
necessitava após uma época em que não foi indiscutível em Madrid.
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ESTADOS UNIDOS
A pressão em Jurgen Klinsmann relativamente a este torneio era imensa: muitos
exigiam o troféu ao treinador alemão, outros queriam desesperadamente ver a
USMNT a disputar as meias-finais, entre tantas outras exigências. A verdade é
que o treinador alemão optou por um onze e foi muito consistente durante a competição, apesar da derrota inicial. Mesmo jogando
fora das suas posições naturais, Zardes (dos maiores talentos da MLS) e Bobby
Wood fizeram um ótimo torneio e tenho a certeza que este último irá mostrar
toda a sua categoria na Bundesliga da próxima época. Jones continua a ser
incansável no meio-campo, Dempsey é extremamente eficaz e um “símbolo” desta
equipa e Bedoya, jogador que muitas vezes passa despercebido, mostrou muita
qualidade. Brooks foi dos melhores defesas desta competição em que o jogo de
destaque dos anfitriões foi a vitória sobre o Equador nos quartos-de-final. O
jovem Pulisic mostrou toda a sua irreverência sempre que saltou do banco e só
pecou não podermos ver mais de Nagbe (jogador muito inteligente merecedor de uma
transferência para o velho continente) e não termos hipótese de ver Fabian
Johnson numa posição mais adiantada no terreno pela sua seleção. A equipa da
casa acabou por não ter hipóteses frente à Argentina mas fez um torneio bastante
positivo.
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OS OUTROS
MÉXICO
Layun, Chicharito e Guardado todos
vindos de grandes épocas. “El Tri” a jogar praticamente em casa, com os seus
barulhentos adeptos a acompanhar a equipa a todas as suas partidas. Vitória
inicial contra o Uruguai, o outro grande candidato à passagem no seu grupo. Todos
ingredientes que indicavam a possibilidade
de altos voos para esta seleção mexicana, certo? Em parte. A fase de grupos
foi de grande qualidade: Rafa Marquéz parece não envelhecer e o jovem Lozano
vai se mostrando aos poucos com todo o seu talento. Após as vitórias frente ao
Uruguai e Jamaica, Tecatito Corona faz um jogo fantástico para chegar ao empate
frente à Venezuela. Os problemas chegaram nos quartos frente ao Chile: o que
para muitos era um 50/50 tornou-se um autêntico desastre para os homens de
verde. O 7-0 será um resultado histórico
desta Copa e – infelizmente para os adeptos de “El Tri” – será o momento
representativo deste torneio pelo qual esperaram tanto tempo. Poderão os
mexicanos superar o mau momento em direção à Rússia 2018?
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EQUADOR
A equipa que tanto anda a impressionar
na América do Sul não teve nada mais que um desempenho razoável nesta Copa America. Mostrando alguma solidez
defensiva, empataram frente ao Brasil uma partida inicial em que até podiam ter
levado os três pontos, tivessem sido mais eficazes. A tal solidez defensiva
descambou ao início da partida frente ao Perú mas os equatorianos souberam
lutar pelo ponto até final, podendo derrotar o Haiti sem problemas na última
jornada para avançar para a fase seguinte. Acabaram justamente derrotados pelos
Estados Unidos e ficaram pelos quartos – resultado algo esperado para uma
equipa que não tinha intenções de lutar pela prova. Enner Valencia, semelhante a Vargas, continuou a mostrar que é
muito superior no ataque da sua seleção comparativamente aos seus jogos no West
Ham e Noboa voltou a destacar-se, vindo de uma grande época com o Rostov.
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COSTA-RICA
Apesar da base que levou à impressionante campanha no Brasil em 2014, já
muitos que previam que seria complicado para "Los Ticos" voltarem a
surpreender o mundo do futebol. Numa partida de abertura na qual a
vitória seria essencial para as aspirações no torneio, faltou poderio ofensivo
derrotar o Paraguai. E a segurança defensiva pela qual são conhecidos
desmoronou na segunda partida frente aos anfitriões. Estando a perder desde
cedo devido a um erro individual do líder defensivo Óscar Duarte, cometendo a falta
para o penalti que iniciou a goleada, tudo parecia perdido para os homens de X.
Na última partida impressionaram frente a uma Colômbia a meio gás e fizeram
“Los Cafeteros” cair para o segundo posto. Matarrita foi uma nota positiva
constante, algo já esperado do jovem lateral do NYCFC, e Venegas mostrou todo o
seu talento frente aos comandados de Peckerman. Mas não chegou: Ruiz está um
nível acima de todos os seus colegas mas nem os seus pormenores brilhantes
compensaram a falta de presença ofensiva Costa-riquenha. Keylor Navas fez
imensa falta tanto a nível de qualidade individual como a nível da estabilidade
e confiança emocional da sua equipa.
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PANAMÁ
A estreia numa grande competição e logo inseridos num grupo com os dois últimos
finalistas – a vida nunca seria fácil para o Panamá neste torneio. Os
nove golos sofridos nos embates frente a Chile e Argentina ditaram que a caminhada
do Panamá ficasse pela fase de grupos mas os homens de Hernan Dário Gomez
conseguiram dar uma alegria ao seu povo ao bater a Bolívia na terceira jornada.
Sem Ismael Diaz do Porto B que falhou a competição por lesão, foi a experiência
de Tejada ou Blas Pérez que liderou a
equipa a partir da frente. Este último, atleta dos Vancouver Whitecaps e
finalizador por excelência, fez os dois tentos frente aos Bolivianos que deram
esperança a esta equipa. Com outros dois golos marcados na derrota por 4-2
frente ao Chile, a equipa só não conseguiu discutir o resultado contra a
poderosa Argentina. Pena um jogador como Godoy (SJ Earthquakes) não poder ter
tanto tempo em posse pela sua seleção como pelo seu clube, por certo que teríamos
ficado com outra ideia do homem da MLS se tal fosse o caso.
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JAMAICA
Três derrotas, zero golos marcados, último lugar do grupo. Não é que
mesmo assim me arrisco a dizer que a Jamaica não teve um péssimo torneio? Com
uma equipa cheia de valores em crescimento, os homens de Schäfer desperdiçaram
oportunidades atrás de oportunidades nesta fase de grupos. Claramente sem a
categoria defensiva de outros, os “Reggae Boyz” expuseram-se em todas as
partidas, jogando um jogo extremamente positivo à procura do golo. Ironicamente
não o conseguiram em nenhum momento devido à sua falta de eficácia, pois não
faltou oportunidades a Donaldson, Barnes, McAnuff e McCleary. Apaixonados pelo
jogo, não impressionaram tanto como na última Copa (apesar do resultado
semelhante) ou Gold Cup mas continuo a achar que têm muito por onde crescer e
vão fazê-lo certamente. Pena o guarda-redes sensação da MLS deste ano (Andre
Blake) e o central sensação da Premier League (Wes Morgan) não terem conseguido
pela sua seleção as exibições que já tiveram a nível de clubes.
Newsday |
HAITI
Dizer que uma equipa acaba a sua prestação num torneio com três derrotas,
doze golos sofridos e apenas um marcado, teve uma "campanha positiva"
é no mínimo...estranho. Mas a caminhada do Haiti nesta Copa América acabou
por ter estes contornos. Humildes, unidos e com a sua única ambição a ser
trazer orgulho ao seu povo, os haitianos iniciaram o torneio com uma primeira
parte de excelência frente ao Peru, extinguindo o poderio ofensivo de Guerrero
e companhia. Os três pontos acabariam nas mãos dos peruanos mas a derrota pela
margem mínima foi imensamente motivante para os homens de azul. Marcar frente
ao Brasil foi o auge da competição para o Haiti e um premio merecido para a
seleção mais débil do torneio. Este golo de Jean Marcelin absorveu o impacto
dos sete marcados pela canarinha e o 4-0 da última jornada foi esperado frente
ao Equador.
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PARAGUAI
Inseridos no “grupo da morte” deste torneio, juntamente aos
anfitriões Estados Unidos, a uma Colômbia candidata ao troféu e a uma Costa
Rica que chocou o mundo no Mundial de 2014, as esperanças do Paraguai seriam sempre limitadas. Sendo uma equipa
com bastante qualidade, teria sempre de encarar a primeira partida frente à
Costa Rica que nem uma final se tratasse para depois poder aspirar a resultados
positivos frente às maiores equipas. Tal não aconteceu e após o empate a zeros
com os “Ticos”, seguiram-se duas derrotas e apenas um golo marcado (e que
golaço esse de Ayala frente à Colômbia!). Para uma equipa com talentos como
Derlis González, Rojas, Iturbe, Lezcano e Sanabria – estes dois últimos vindos
de épocas de grande categoria – esperava-se
mais produtividade no ataque. Tal não aconteceu mas defensivamente a
experiência de Gomez, Paulo da Silva, Samudio e Villar ajudou a manter a equipa
sólida nas partidas frente à Costa Rica e EUA. Óscar Romero impressionou muitos
mas a mim continua a ser Victor Ayala que me enche as medidas no meio-campo.
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BOLÍVIA
Previamente à competição já se
sabia que os bolivianos tinham muitos problemas
defensivos, tinham um grupo de dificuldade máxima e, para piorar as coisas, não
constavam com Moreno no seu plantel. Todas estas situações foram refletidas
nos jogos, incluindo o facto de todas as esperanças ofensivas serem depositadas
em Arce – jogador que marcou o golo frente ao Panamá. Um bom início seria
essencial e ao começarem com uma derrota justa frente ao Panamá seria
necessário não mais perder para equacionar uma passagem, tendo ainda o Chile e
a Argentina pela frente. Não foi definitivamente o torneio da Bolívia, faltou
muito a esta seleção a nível defensivo e no ataque Duk, homem do Cosmos, não apareceu
tanto como previsto.
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AS SENSAÇÕES
VENEZUELA
No mês passado, antes do início do
torneio, seriam poucos (para não dizer nenhuns) os que apostavam na Venezuela
para ultrapassar a fase de grupos mas a verdade é que “La Vinotinto”
impressionou o mundo do futebol com sete pontos arrecadados e a passagem aos quartos-de-final.
A vitória inicial frente à Jamaica foi sofrida mas importantíssima para
moralizar a equipa ao ponto de ultrapassarem o Uruguai na segunda jornada. Solidez
defensiva somada a um meio-campo com a mistura de criatividade de Guerra e
intensidade de Rincón, são os marcos desta equipa. Na frente o completo Rondon
e Josef Martinez deram muito trabalho às defesas que enfrentaram e entre os
dois fizeram três quartos do total de golos dos comandados de Dudamel. Peñaranda
ofereceu aos adeptos pequenas amostras do seu talento, mas será um para um
futuro com toda a certeza. A queda nos quartos aos pés dos gigantes argentinos
foi esperada mas “La Vinotinto” nunca
deixou de lutar e passou ao público uma boa imagem na sua única derrota do
torneio (apesar do ridículo penalti de Seijas).
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PERU
A “Blanquirroja” é cada vez menos
uma sensação à medida que as boas campanhas e exibições se vão acumulando mas ao
ver o Perú num grupo com Equador e Brasil muitos consideravam impossível a sua
passagem aos quartos. A curta vitória frente ao Haiti, com Guerrero a dar a
vitória à sua equipa à passagem da hora de jogo, só ajudou a suportar os que
consideravam limitadas as hipóteses do Perú passar à fase seguinte. Mas Gareca pegou no seu plantel e voltou a
fazer o que faz melhor: impressionar na Copa America. Ao quarto de hora já
venciam o Equador por 2-0 e, apesar de se deixarem empatar, a vitória frente ao
Brasil permitiu a Cueva e companhia assegurar o primeiro lugar do grupo B. O
médio-ofensivo que assegurou uma transferência para os gigantes brasileiros do
São Paulo foi novamente instrumental para a campanha da “Blanquirroja”. Guerrero
não esteve ao nível que já demonstrou mas Vilchéz e Alberto Rodríguez fizeram
ótimos torneios tal como Pedro Gallese – o guardião peruano a quem já tínhamos feito
referência na Copa do ano passado foi gigante e o homem do jogo frente à Canarinha.
Não alcançaram as meias-finais de novo mas arrastaram a Colômbia para a
marcação de grandes penalidades nas quais acabaram de ser derrotados. Esperamos
ver esta seleção e o seu bom futebol no Campeonato de Mundo daqui a dois anos.
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AS DESILUSÕES
BRASIL
Sem muitas das suas estrelas, sem ambição, sem união, sem resultados. Nesta
competição seria mais estranho se o Brasil de Dunga fizesse uma grande campanha
com um grupo tão desfalcado do que se caísse cedo no torneio como acabaria por
acontecer. Sofrendo um pouco do problema que Portugal sofreu na África do Sul
em 2010, a Canarinha dizimou o Haiti com uma goleada mas não conseguiu
finalizar as suas oportunidades frente às seleções mais cotadas do grupo. Os
comandados de Dunga cresceram com o torneio e, após o empate a zero da
abertura, a energia de Coutinho frente ao Haiti parecia ter elevado a confiança
da equipa para enfrentar o resto da Copa. Contra o Peru fizeram o seu melhor
jogo mas caiu-lhes em cima a maior das injustiças a que alguém pode ser
submetido num campo de futebol: ser eliminado de um torneio importante por um
golo que deveria ter sido invalidado. O empate até bastava ao Brasil para
seguir para a fase a seguinte mas o golo com a mão de Ruiz Diaz deitou tudo
abaixo. Mas é difícil colocar todas as culpas neste lance quando a equipa foi
tão pouco eficaz durante a campanha e, principalmente, durante esta partida. De
destacar a presença de Gabigol no seu primeiro grande torneio, mostrando iniciativa
e pormenores positivos após substituir um Jonas pouco apoiado. Coutinho só contra o pobre Haiti conseguiu
assumir a sala de máquinas ofensiva da seleção e provou a falta que fazem os
dois maiores talentos brasileiros - Neymar e Douglas Costa.
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URUGUAI
Na minha opinião uma deceção muito
superior à brasileira: a queda uruguaia
na fase de grupos desta Copa America foi chocante. Com valores individuais
de classe mundial e o rótulo de “candidato ao título” colado por muitos, a
seleção Celeste iniciou a fase de grupos de forma negativa. O confronto com o
México seria sempre equilibrado e os três pontos acabariam nas mãos de “El
Tri”. Mesmo sem Luis Suarez para a fase
de grupos, todos esperavam que o Uruguai mostrasse a sua qualidade e
arrecadasse os pontos na segunda partida frente à Venezuela mas foram vítimas
da equipa sensação e da sua própria ineficácia. Após duas derrotas, jogava-se
pelo orgulho nacional frente à Jamaica e só aqui apareceu o talento de Lodeiro
e companhia. Cavani teve uma campanha desastrosa, sendo incapaz de assumir o
papel de goleador que a seleção necessitava na ausência de Suaréz – o jogador
do PSG falhou golos atrás de golos. Do outro lado, nem a dupla Godin-Gimenez conseguiu impedir a equipa de sofrer os golos que os deitaram abaixo.
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AS DISTINÇÕES:
Melhor Marcador: Eduardo Vargas (Chile) - 6
Melhor Assistente: Messi (Argentina) - 4
Melhor Jogador para o PD: Messi (Argentina)
Melhor Guarda-Redes para o PD: Cláudio Bravo (Chile)
Melhor Jogador para o PD: Messi (Argentina)
Melhor Guarda-Redes para o PD: Cláudio Bravo (Chile)
Melhor Defesa para o PD: Medel (Chile)
Melhor Médio para o PD: Vidal (Chile)
Melhor Avançado para o PD: Messi (Argentina)
Melhor Avançado para o PD: Messi (Argentina)
Melhor Treinador para o PD: Pizzi (Chile)
Equipa Ideal para o PD: