Albânia vence Roménia pela primeira vez desde 1948; Primeira vitória de sempre em fases finais do Europeu deixa os Albaneses com esperança na qualificação; Garra, intensidade e matreirice, as armas da equipa de Di Biasi; Roménia voltou a apresentar um onze diferente; Iordanescu quis uma equipa com mais bola, mas perdeu em organização; Substituições na segunda parte trouxeram uma Roménia melhor, mas a Albânia manteve-se sempre compacta; Enorme Memushaj; Ajeti e Mavraj gigantes na defesa; Sadiku com golo histórico.
ROMÉNIA 0-1 ALBÂNIA (Sadiku 44')
Os albaneses invadiram Lyon para testemunharem uma vitória histórica, a primeira da selecção dos Balcãs numa fase final de um Campeonato da Europa. A garra e a intensidade albanesa sentiram-se do princípio ao fim e foram demais para uma Roménia incerta sobre o tipo de futebol que quer jogar. Depois de um início mais complicado, a Albânia pegou no jogo, fez o golo e nunca mais largou a vantagem, muito graças à sua organização e espírito colectivo em todas as fases do jogo. A Roménia, que já não perdia com a Albânia desde 1948, quis jogar outro futebol, totalmente diferente daquele que tinha apresentado nos dois primeiros jogos e falhou. As substituições ajudaram, mas não chegaram para vergar os Albaneses. A Albânia garante assim o terceiro lugar e fica à espera do fim da terceira jornada para conhecer o seu destino: ir para casa ou seguir para os oitavos-de-final?
Começo a todo o gás da Roménia. Nos primeiros dez minutos, Berisha foi obrigado a intervir por três vezes. A mais difícil defesa veio num remate de primeira de Stanciu. Alibeck quase marcou o golo do torneio. Após ter batido a sua marcação directa a meio do meio-campo defensivo da Albânia, o ponta-de-lança romeno viu Berisha adiantado e procurou colocar a bola em jeito. Não saiu muito muito longe. No entanto, a melhor oportunidade da primeira parte pertenceu à Albânia. Lenjani falhou o golo de forma escandalosa, na sequência de um contra-ataque bem desenhado. Grande desorganização da linha defensiva romena que se nota claramente não está habituada a lidar com adversário de frente e em velocidade. O desperdício trouxe ambição aos albaneses que gozaram do seu melhor período no jogo. Aos 35 minutos, Memushaj tirou um defesa romeno da frente com grande classe, mas falhou o remate. O golo, mais do que merecido, chegou a pouco tempo do intervalo. Na sequência de um lançamento lateral, Memushaj colocou a bola na área, Tatarusanu falhou a saída e Sadiku cabeceou para a baliza deserta. Falha do guarda-redes da Fiorentina e também de Chiriches que perdeu o homem que deveria marcar (Sadiku). Estava feito o primeiro golo da Albânia numa fase final do Campeonato da Europa.
Iordanescu não perdeu tempo e operou a primeira substituição logo no arranque da segunda parte. Sanmartean entrou para o lugar de Prepelita e notou-se uma melhoria na troca de bola romena. No entanto, continuava a ser a Albânia a criar perigo no contra-ataque. Novamente Memushaj a recuperar a bola e a lançar o 2-para-1. Sadiku ainda puxou para dentro, mas Hoban deixou a perna para trás e cortou o lance perigoso. A última alteração que permitiu a metamorfose da Roménia foi a entrada de Torje para o lugar do lesionado Alibec. A Albânia encostou às cordas e concedeu o domínio territorial à Roménia. Andone, também entrado na segunda parte, esteve muito perto do golo, após uma bela jogada pela direita, mas a bola embateu com estrondo na trave. Os muitos albaneses que ajudavam a encher o Stade de Lyon gritaram golo quando Mavraj atirou às malhas laterais, mas não passou de ilusão de óptica. Até ao fim, assistimos a uma aula de "Como segurar uma vantagem de um golo" por parte da Albânia. Sem dar a bola ao adversário, partindo para a frente assim que tinha espaço e tentando ganhar bolas paradas. Nos últimos minutos, as bancadas afectas à Albânia festejavam cada canto como se de um golo se tratasse. Até que puderam festejar realmente quando Kralovec apitou para o final do jogo.
ROMÉNIA CONFUSA SOBRE O QUE QUER SER
Não houve quem não tivesse gostado das exibições defensivas da Roménia frente à França e à Suíça. E quando não estava a defender, a equipa de Iordanescu queria chegar à baliza e sabia como fazê-lo. Neste jogo, a Roménia quis mandar no jogo, ser uma equipa de posse. Acabou por não ser uma coisa nem outra. Desde o primeiro minuto se sentiu que a Roménia vinha para ganhar. Com um 1-4-2-3-1 declarado, com 3 jogadores criativos nas costas de Alibec, Iordanescu mostrava que criar mais ataque da sua equipa e isso viu-se nos primeiros minutos. Só que depois a equipa perdeu-se. Ao invés de fazer chegar a bola com qualidade a esses homens da frente - que sempre que a recebiam criavam perigo -, passaram a tentar fazê-la chegar rapidamente, com bolas longas que a Albânia não teve dificuldade em resolver. Assim estava derrota a ideia de jogo da Roménia. Quando Iordanescu colocou Sanmartean em campo na segunda parte, viu-se uma melhoria instantânea. Com um jogador muito mais apurado na técnica, no passe e na condução de bola ao lado de Hoban, a Roménia chegava à frente com muito mais qualidade. As entradas de Torje e Andone foram também importantes para trazer à Roménia o seu melhor período na partida, onde o golo poderia muito bem ter sido alcançado. No entanto, fica na retina as dificuldades dos defesas romenos a defender contra adversários que lhe aparecem de frente e em velocidade. A linha defensiva, que tão bem tinha estado contra França e Suíça, teve tremendas dificuldades para segurar a velocidade dos extremos, a determinação de Sadiku e a qualidade de Mamushaj. Defender em organização é uma coisa, em transição é outra. Tatarusanu ficou também muito mal na fotografia do golo. Aquela bola tinha que ser sua.
Apesar de tudo, esta é uma vitória mais do que merecida para os homens de Di Biasi que lutaram até ao fim com uma garra e intensidade incrível. Alimentados pelos seus adeptos, os albaneses ganharam grande parte das bolas divididas e mostraram grande espírito colectivo. Mas há muito mais do que mentalidade por trás desta vitória albanesa. Em organização defensiva, a Albânia revelou um compactação vertical invejável, com todas as suas linhas muito próximas umas das outras. A Roménia bem tentou todas as combinações ofensivas que tinha no seu arsenal, tentou pela criatividade dos seus homens mais habilidosos, mas nunca conseguiu passar pela muralha de Di Biasi. Quase não havia espaço entrelinhas na estrutura da Albânia e quando havia, os romenos tinham muito pouco tempo para decidir o que fazer com a bola. No fim do encontro, a Albânia fez tudo o que tinha que fazer para segurar a vantagem. Contra-atacou só quando viu que tinha oportunidade de chegar à baliza, assim que podia levava a bola para a bandeirola de canto e deixava passar o tempo. Ganhou assim muitos cantos e podia mesmo ter chegado ao segundo, tal era o balanceamento ofensivo da Roménia. A nível individual como não destacar Memushaj. O médio do Pescara fez uma exibição memorável em todos os sentidos. Recuperou bolas, lançou contra-ataques para si e para os colegas e ainda assistiu o golo de Sadiku. Golo histórico. O primeiro de um jogador que actua no Liechtenstein numa fase final de uma competição internacional. Na defesa, Ajeti e Mavraj foram dois guerreiros, nunca dando espaço a Alibec. O avançado romeno tinha que vir ao meio-campo para ter a bola. Basha foi também essencial para a maneira como a Albânia jogou, sempre muito perto dos centrais, ajudando nas dobras e libertando Mamushaj para as tarefas mais criativas.
HOMEM DO JOGO: Ledian Memushaj (Albânia)
Não houve quem não tivesse gostado das exibições defensivas da Roménia frente à França e à Suíça. E quando não estava a defender, a equipa de Iordanescu queria chegar à baliza e sabia como fazê-lo. Neste jogo, a Roménia quis mandar no jogo, ser uma equipa de posse. Acabou por não ser uma coisa nem outra. Desde o primeiro minuto se sentiu que a Roménia vinha para ganhar. Com um 1-4-2-3-1 declarado, com 3 jogadores criativos nas costas de Alibec, Iordanescu mostrava que criar mais ataque da sua equipa e isso viu-se nos primeiros minutos. Só que depois a equipa perdeu-se. Ao invés de fazer chegar a bola com qualidade a esses homens da frente - que sempre que a recebiam criavam perigo -, passaram a tentar fazê-la chegar rapidamente, com bolas longas que a Albânia não teve dificuldade em resolver. Assim estava derrota a ideia de jogo da Roménia. Quando Iordanescu colocou Sanmartean em campo na segunda parte, viu-se uma melhoria instantânea. Com um jogador muito mais apurado na técnica, no passe e na condução de bola ao lado de Hoban, a Roménia chegava à frente com muito mais qualidade. As entradas de Torje e Andone foram também importantes para trazer à Roménia o seu melhor período na partida, onde o golo poderia muito bem ter sido alcançado. No entanto, fica na retina as dificuldades dos defesas romenos a defender contra adversários que lhe aparecem de frente e em velocidade. A linha defensiva, que tão bem tinha estado contra França e Suíça, teve tremendas dificuldades para segurar a velocidade dos extremos, a determinação de Sadiku e a qualidade de Mamushaj. Defender em organização é uma coisa, em transição é outra. Tatarusanu ficou também muito mal na fotografia do golo. Aquela bola tinha que ser sua.
Apesar de tudo, esta é uma vitória mais do que merecida para os homens de Di Biasi que lutaram até ao fim com uma garra e intensidade incrível. Alimentados pelos seus adeptos, os albaneses ganharam grande parte das bolas divididas e mostraram grande espírito colectivo. Mas há muito mais do que mentalidade por trás desta vitória albanesa. Em organização defensiva, a Albânia revelou um compactação vertical invejável, com todas as suas linhas muito próximas umas das outras. A Roménia bem tentou todas as combinações ofensivas que tinha no seu arsenal, tentou pela criatividade dos seus homens mais habilidosos, mas nunca conseguiu passar pela muralha de Di Biasi. Quase não havia espaço entrelinhas na estrutura da Albânia e quando havia, os romenos tinham muito pouco tempo para decidir o que fazer com a bola. No fim do encontro, a Albânia fez tudo o que tinha que fazer para segurar a vantagem. Contra-atacou só quando viu que tinha oportunidade de chegar à baliza, assim que podia levava a bola para a bandeirola de canto e deixava passar o tempo. Ganhou assim muitos cantos e podia mesmo ter chegado ao segundo, tal era o balanceamento ofensivo da Roménia. A nível individual como não destacar Memushaj. O médio do Pescara fez uma exibição memorável em todos os sentidos. Recuperou bolas, lançou contra-ataques para si e para os colegas e ainda assistiu o golo de Sadiku. Golo histórico. O primeiro de um jogador que actua no Liechtenstein numa fase final de uma competição internacional. Na defesa, Ajeti e Mavraj foram dois guerreiros, nunca dando espaço a Alibec. O avançado romeno tinha que vir ao meio-campo para ter a bola. Basha foi também essencial para a maneira como a Albânia jogou, sempre muito perto dos centrais, ajudando nas dobras e libertando Mamushaj para as tarefas mais criativas.
HOMEM DO JOGO: Ledian Memushaj (Albânia)
UEFA |