Actuação defensiva a roçar a perfeição da Eslováquia impõe nulo à Inglaterra, e permite ao País de Gales ficar com o primeiro lugar; Skrtel foi um autêntico gigante perante Vardy e Kane; Henderson comandou o meio-campo inglês, mas a pouca dinâmica de Wilshere e Lallana não ajudou; Ataque eslovaco praticamente inexistente, com Weiss a jogar isolado do resto da equipa.

Tendo ambas as equipas com a qualificação em jogo, Eslováquia e Inglaterra defrontaram-se no Geoffroy-Guichard, em Saint-Étienne, na última jornada do grupo B. Kozak manteve a aposta em Duda como falso nove da equipa, que se veio a verificar desde a segunda parte do jogo contra o País de Gales, enquanto que Roy Hogdson aproveitou a boa situação pontual dos leões para rodar um pouco a equipa. Mudanças nas laterais com as entradas de Bertrand e Clyne, Wilshere e Henderson para o meio-campo, e a titularidade (merecida, diga-se) de Jamie Vardy na frente de ataque.
Com a possibilidade de se qualificar em 3º lugar apenas com um empate, a estratégia da Eslováquia foi muito simples: estancar e aguentar qualquer investida ofensiva protagonizada pelos ingleses. Hamsik, o elemento mais criativo da equipa, acabou por ser um jogador mais de equilíbrio defensivo do que de desequilíbrio ofensivo, o que prejudicou bastante a equipa na primeira parte. A Inglaterra apenas se aproximou da baliza eslovaca à passagem do minuto 17, com Jamie Vardy a permitir a defesa do guarda-redes Kozacik. A Eslováquia não conseguia sair a jogar face à pressão inglesa, com apenas Weiss a tentar levar a equipa para a frente, mas raramente a ter acompanhamento dos colegas. Nova jogada de perigo para a Inglaterra, à passagem da meia hora, com Clyne a subir bem pelo flanco esquerdo, e Lallana a rematar com muito perigo à baliza eslovaca, e novamente Kozacik a impedir o golo. Azar para o jogador do Liverpool. Era o sufoco total, e a equipa de Kozak simplesmente não conseguia sair do seu meio-campo com bola controlada, limitando-se a despejar bolas para a zona do terreno mais longe possível. Inglaterra claramente por cima, ainda assim, a criar poucas oportunidades de golo.
A segunda parte quase começou da pior maneira para a Inglaterra, com Smalling a deixar a bola à mercê de Duda, isolado perante Joe Hart. O guardião do Manchester City foi mais rápido a chegar à bola, e anulou o perigo. A acusar algum nervosismo, foi altura de Hogdson mexer na equipa, e principalmente com a entrada de Alli, os ingleses ganharam outra dinâmica no meio-campo, e voltaram novamente a pegar no jogo. E o jovem médio do Tottenham teve nos pés o golo, mas um enorme Martin Skrtel evitou o golo de forma inacreditável, já no ar e em desequilírio, a tirar a bola do caminho da baliza com o pé esquerdo. Até ao final, só deu Inglaterra, mas sempre longe da área da Eslováquia, sem capacidade para pensar o jogo de outra forma e encontrar a melhor maneira de marcar o golo que garantisse o primeiro lugar do grupo B. Os ingleses alcançam os oitavos-de-final com o segundo lugar, e a Eslováquia fica à espera de conseguir o mesmo desfecho através do novo modelo em que os 4 melhores terceiros classificados seguirão para a próxima fase.
SKTREL, O COMANDANTE DA BRIGADA ESLOVACA
Tendo a hipótese de, com 4 pontos, poder alcançar os oitavos-de-final, a estratégia de Kozak passou basicamente por defender o máximo possível, não desgastar demasiado os jogadores, e enervar a Inglaterra até ao minuto 90. As presenças de Duda e Weiss mal se notaram no jogo, sendo que nas poucas vezes que tiveram a posse da bola nunca tiveram o devido acompanhamento no ataque para poderem criar desequilíbrios. O próprio Hamsik nunca teve espaço e liberdade para conseguir organizar jogo, tendo passado praticamente todo o encontro em zona defensiva. Nessa zona, quem acabou por brilhar mais alto que todos foi Skrtel. Exibição fantástica do central do Liverpool, que "secou" quase que por completo os avançados ingleses (aqui talvez alguma da experiência da Premier League tenha ajudado), coroada com um corte absolutamente fantástico num remate de Alli, que se encaminhava para a baliza deserta. Foi um jogo atípico dos eslovacos, em comparação com o que tinham apresentado nas outras duas jornadas, pois a capacidade ofensiva desta equipa tem qualidade para causar problemas a qualquer defesa.
Roy Hogdson terá que repensar seriamente acerca de qual a equipa-tipo a levar para as eliminatórias que se seguem. Se é verdade que Lallana e Alli são dois jogadores que tem termos de criação podem dar outras soluções, um tal de Henderson está à espreita, e mostrou hoje argumentos mais do que suficientes para ser opção como titular, no lugar de um dos citados. Belo jogo do médio inglês, a conrolar quase sozinho o meio-campo da equipa, face à pouca dinâmica imprimida por Wilshere, uma das novidades de Hogdson no onze. Os laterais deram imensa profundidade e capacidade ofensiva à equipa (em particular Clyne, sempre muito activo, tanto no jogo exterior como interior), mas só com a entrada de Alli a Inglaterra se ia conseguindo aproximar da baliza de Kozacik com algum perigo, que ia esbarrando nos mais diversos obstáculo. Vardy teve a sua oportunidade como titular, mas fora uma boa situação de golo desperdiçada, em pouco contribuiu para o resto da equipa.
HOMEM DO JOGO: Martin Skrtel (Eslováquia)
![]() |
UEFA |