As lágrimas
de Gaitán em Coimbra, na final da Taça da Liga frente ao Marítimo, não foram à
toa. As Águias, em comunicado oficial
enviado à CMVM, confirmaram hoje um negócio há muito anunciado pela imprensa
desportiva, nacional e internacional: Gaitán
no Atleti por 25M €.

PD A
confirmação de algo há muito expectável e, verdade seja dita, completamente
merecido para o jogador. Gaitán deu tudo no Benfica. Entrou com uma herança
pesada (Di María) e com alguma desconfiança por parte dos adeptos mais exigentes
– relembrar os primeiros 6 meses de Nico no Estádio da Luz e por ter aterrado
em Lisboa com um carimbo de 8,4M €. Mas assim que carburou, atingiu um patamar
fantástico e, rapidamente, perfilou-se quer como um dos porta-estandartes do
Benfica quer como uma das estrelas do nosso campeonato – tecnicamente, talvez o
mais excitante jogador dos últimos 5 anos em Portugal. As Águias conseguiram com
Gaitán aquilo que se deseja sempre: retorno desportivo e financeiro. Um
encaixe considerável – para a realidade portuguesa – por um jogador de 28 anos,
e que se aceita, por tudo o referido anteriormente.
Em Madrid,
Gaitán será mais uma peça vital do Cholismo
de Simeone. Um jogador ofensivamente versátil, experiente e com disciplina
táctica – trabalhar com Jorge Jesus contribuiu neste aspecto. Em suma, um jogador que está perfeitamente
em sintonia com o status quo do pedigree de Simeone. Gaitán há muito
merecia as canchas de nuestros hermanos e este acaba por ser o
timing adequado – tem todas as
condições para chegar, ver e vencer no Vicente Calderón. Gaitán merecia o
Atlético de Madrid. O Atlético de Madrid merecia Gaitán.
Em termos
de futuro no Benfica, e como já começa a ser trademark, não há que entrar num ‘caos’, apesar da (gritante) perda
do argentino. Fechou-se um (duradouro) ciclo – era inevitável – e outro
iniciar-se-á, certamente. É óbvio que estamos a falar de Gaitán, da grande
estrela da equipa, mas Di María também era o abre-latas mais temível em
Portugal. Matić um assombroso médio defensivo. Enzo Pérez um fantástico box-to-box – o grande motor da equipa.
Entre mais casos. O Benfica tem, no cômputo geral, trabalhado bem no reforço da
equipa, no curto, médio e longo prazo, e certamente o dinheiro da venda de
Gaitán será aplicado da melhor maneira – Pjaca ou Živković poderiam ser boas opções
para o imediato. De momento, há Carrillo. Cervi está a chegar. Guedes poderá ganhar
outro peso. Salvio, a 100%, é um fora de série. Não há que lamentar a perda de Gaitán. Há – massa adepta benfiquista –,
isso sim, que encarar com naturalidade – e satisfação – o término de um
(magnífico) ciclo protagonizado por o agora antigo #10 das Águias.
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Hugo Delgado | Lusa |